Após 25 anos sendo um terminal alfandegado da Receita Federal, a empresa Brasfrigo, de Itajaí, não teve o certificado renovado em setembro do ano passado. A mudança ocorreu por decisão da Receita Federal, impedindo que a empresa faça a inspeção em cargas refrigeradas que chegam à região através do Porto de Itajaí e da Portonave. A Brasfrigo tenta recuperar o alfandegamento, enquanto isso trabalha somente com exportação.
Ao DIARINHO, o diretor-geral da Brasfrigo, José Humberto Cortês, explicou que a empresa foi um terminal alfandegado por 25 anos e trabalhava com todo o trâmite de alfandegamento para importação ...
Ao DIARINHO, o diretor-geral da Brasfrigo, José Humberto Cortês, explicou que a empresa foi um terminal alfandegado por 25 anos e trabalhava com todo o trâmite de alfandegamento para importação e exportação de cargas. No dia 22 de setembro de 2022, venceu a validade do alfandegamento e a Receita sinalizou que a partir de agora a inspeção dos produtos aconteceria diretamente no porto, sem necessidade de renovar o certificado com a empresa.
“Com a mudança, não temos mais condições de nacionalizar qualquer produto pela Brasfrigo. Éramos o único armazém frigorificado habilitado que tinha concessão de alfândega em Itajaí. Fazíamos a inspeção de cargas de origem animal, por exemplo”, explica José Humberto.
A Brasfrigo segue com os serviços de armazenagem, movimentação e unitização de contêineres de produtos congelados para exportação. “A exportação segue normal. Só que toda a parte burocrática agora é feita diretamente pelo porto”, completa José.
Movimentação caiu 30%
Com a perda do alfandegamento, a Brasfrigo teve uma redução de cerca de 30% na movimentação de cargas. A queda já era sentida pelas pessoas que circulam pelas proximidades da empresa, na avenida Adolfo Konder, no bairro São Vicente. O pátio não está vazio, mas também não está abarrotado como antigamente.
Mensalmente, a empresa chegava a importar 400 contêineres. O serviço de exportação é menos movimentado. “Mesmo com a operação reduzindo em 30% seguimos mantendo o mesmo quadro de funcionários. Não houve demissões”, reforça o CEO.
A queda da movimentação preocupa a comunidade, mas o diretor-geral tranquiliza os funcionários. “A Brasfrigo está firme e forte em Itajaí há 43 anos. A gente não sairá daqui. Vamos trabalhar e buscar retomar a parte de alfândega, estamos trabalhando para isso. Temos projetos para o futuro em Itajaí, de crescimento, de ampliação e de negócios. Estamos a todo vapor”, diz.
A Receita Federal informou ao DIARINHO que, com o término do contrato de 25 anos, a única forma para o terminal da Brasfrigo voltar a ser alfandegado seria com a abertura de um novo processo de licitação para um porto seco, mediante estudo de viabilidade econômica feito pelo órgão federal. Por enquanto, não há previsão para essa nova licitação ocorrer.