Diz aí, João Rodrigues!

"Na minha chapa, os candidatos ao Senado vão ser de Santa Catarina"

O prefeito de Chapecó e pré-candidato ao governo de SC, João Rodrigues [PSD], foi entrevistado pela jornalista Fran Marcon e pelo colunista JC. Confira trechos do bate-papo!

"Quando a briga política prevalece, quem perde é o povo"

(FOTO: FRAN MARCON)
"Quando a briga política prevalece, quem perde é o povo" (FOTO: FRAN MARCON)
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O problema das pessoas em situação de rua atinge a maioria das cidades brasileiras e muitas vezes envolve dependência química. Como enfrentar essa questão?

João: Chapecó hoje virou um projeto que é modelo para o país. Chapecó não tem mais moradores em situação de rua. Nós tínhamos na faixa de 1500, mas, dos quais, 1000 e ...

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João: Chapecó hoje virou um projeto que é modelo para o país. Chapecó não tem mais moradores em situação de rua. Nós tínhamos na faixa de 1500, mas, dos quais, 1000 e uns quebradinhos eram venezuelanos que vieram em busca de trabalho. A gente os alojou num parque de exposições, arrumaram emprego e foram morar em casas alugadas. Mais ou menos 400 eram dependentes químicos. Nós iniciamos, em 2021, um projeto e, com o passar do tempo de internamento em clínicas e em vários ambientes, hoje nós não temos mais ninguém nas ruas da cidade. Quando aparece, e aparece diariamente, a gente retira imediatamente e encaminha para a casa de abordagem, de abrigagem, que nós temos no interior do município. E lá a gente trata, oferece curso de qualificação profissional. Nós temos uma política pública voltada para morador de rua. Não é só trocar de lugar, é tirar — e tirar dentro do que a lei permite. Tratar, encaminhar e cuidar. Esse é o encaminhamento que Chapecó fez hoje. [É uma questão social ou um caso de polícia?] Questão social. Essa gente é vítima das suas escolhas. Mas, nesse universo, lá em Chapecó, nós temos professor, nós tínhamos dentista, tínhamos médico, desempregado, assaltante, traficante — é um universo.

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As cidades do oeste catarinense utilizam o porto de Itajaí para escoar a produção do agro. Como está o serviço com a federalização do porto?

João: A exportação de Chapecó, praticamente toda do agronegócio, hoje vem para Itajaí e Navegantes. Mas é uma burocracia muito grande, até por uma questão sanitária, que nós dependemos muito do Governo Federal. O pior problema nosso é o escoamento — chama-se rodovia BR 282. É uma rodovia federal. O estado da rodovia não é ruim. O problema é que nunca, desde que ela foi construída, houve um alargamento de pistas. Uma terceira via sequer, para poder permitir a fluidez do tráfego. São mais de 500 contêineres por dia que vêm de lá. Você imagina 500 caminhões entre manhã, tarde, noite, madrugada, circulando em uma rodovia em que isso não pode podar ninguém. Quando poda, nós temos as tragédias que quase que diariamente são apresentadas aí. [No início, a federalização foi considerada uma grande perda para o município. A mudança no modelo de gestão afetou o porto?] Afetou muito quando o porto parou. O porto parou por uma briga política. Quando a briga política prevalece, quem perde é o povo. Houve uma disputa política no começo da gestão do porto e quem perdeu foi Santa Catarina. A princípio, considerei um erro nomear a autoridade portuária de Santos — é um erro. Depois houve essa correção, e hoje o porto voltou a ter seu crescimento, voltou a ter um faturamento importante para a região. Vamos ser sinceros: o Brasil está com nojo do que está aí. Eu, como homem de direita, falo isso. Os extremos estão acabando com o país. A extrema-direita e a extrema-esquerda prestam um desserviço. Nós precisamos trazer o Brasil mais para o meio. [A quem interessa ficar nesses extremos?] Ao político lacrador de rede social. A hora que parar isso, ele morre. Porque, quando tem que mostrar o serviço, perguntar “o que tu produziu de verdade?”, aí ele não tem. Mas “o que tu lacrou?”, aí tem uma maçaroca.

 

"O porto parou por uma briga política"

 

O oeste tem rodovias estaduais com pista simples, asfalto precário e sem acostamento. O programa Estrada Boa melhorou as rodovias?

João: Na verdade, o nome, os outdoors estão presentes. A publicidade está muito forte. Mas a atitude de verdade são obras que começaram com o governo Moisés. Mas nós temos um volume muito pequeno de obras em andamento no oeste, na rodovia estadual. Na verdade, não tem nada de novo, exceto uma rodovia projetada pelo governo Moisés, licitada pelo governo Moisés, com ordem de serviço dada, depois suspensa e depois retomada, que é uma pista feita em alvenaria, no cimento. Essa é a única novidade que se tem, que sai do município de Pinhalzinho, Modelo, Serra Alta — uma rodovia padrão modelo pro país. É importante e vai ter uma durabilidade muito grande. As demais são recapeamentos de pista, que o Estado é obrigado a fazer.

 

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"A extrema-direita e a extrema-esquerda prestam um desserviço"

 

Como o senhor tem buscado manter contato com Brasília e garantir verbas federais para Chapecó?

João: Eu tenho uma relação institucional com o Governo Federal. Eu tenho ido muito pouco a Brasília, até porque você não faz mais nada em Brasília. Os programas abrem, a minha equipe cadastra e eu tenho muitos projetos. Nós fomos beneficiados com algumas obras do Governo Federal através do PAC, como unidades de saúde e unidades educacionais. São aqueles projetos nacionalizados que a gente tem, e Chapecó foi beneficiada. Mas a minha relação é institucional. Por exemplo, teve recentemente lá o ministro Renan Filho, dos Transportes. Ele foi trazido a Chapecó pela bancada do PT e do MDB. Meu papel como prefeito é receber o ministro, e fiz isso com respeito. Eu sou ideológico, tenho meus posicionamentos, sempre fui um político de direita, mas isso é o que eu sou. O prefeito é CNPJ, não é CPF. O prefeito não é partido, ele é uma gestão pública. Eu considero que Governo do Estado, Governo Federal e prefeitura, institucionalmente, têm que andar juntos.

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"O prefeito é CNPJ, não é CPF. O prefeito não é partido, ele é uma gestão pública"

 

Nas duas visitas que o presidente Lula fez a SC, o governador Jorginho não o recebeu. Como o senhor avalia esse distanciamento?

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João: Santa Catarina perde com isso. Nós não ganhamos nada com isso. O erro do governador é governar com a sigla. O governador tem obrigação institucional de respeito ao receber o presidente — nem que seja para brigar com ele. Se é para divergir, receba; se tiver que dizer alguma verdade, diga. Institucionalmente, é um grande erro. Tanto é que, nós temos rodovias federais no Estado que não recebem recursos para fazer obras importantes. O governador Ratinho, bolsonarista, de direita, tem relação com o Governo Federal. Conversa, cobra, presta contas, discute. Esse é o papel do governador.

 

"O governador tem obrigação institucional de respeito ao receber o presidente — nem que seja para brigar com ele"

 

O senhor continua pré-candidato ao governo de SC ou pode recuar e disputar o Senado?

João: Eu sou pré-candidato ao governo do Estado. Nós temos hoje um cenário que já está com o governador Jorginho, cuja chapa já está definida. A executiva estadual do PSD, em sua reunião, aprovou que eu deveria ser pré-candidato ao governo. Eu não posso entender que esse Estado inteligente, de um povo guerreiro, um dos melhores estados do Brasil, vá pelo caminho de começar a eleger gente que nem daqui é. Eu sou gaúcho, mas sou catarinense de coração, moro há 40 anos aqui. Eu conheço 100% dos municípios do Estado por ter sido prefeito em cinco mandatos. Eu conheço, mais ou menos, as dores das pessoas.

 

"Eu sou contra você andar com a bandeira dos Estados Unidos agora que os Estados Unidos vieram e prejudicaram o país que eu defendo"

 

Como avalia a tentativa de trazer Carlos Bolsonaro para disputar o Senado por Santa Catarina? Faltam bons políticos em SC?

João: Eu acho que o PL deve isso. Essa é uma conta que o PL tem que pagar. O PL em Santa Catarina existe porque o presidente Bolsonaro existe. Senão, a metade que está aí não se elegeria nunca. Se elegeram porque o presidente Bolsonaro os fez. É natural que ele, como pai, queira colocar o filho em algum estado — que, pra mim, deveria ser o Rio de Janeiro. Mas ele colocar em Santa Catarina é um direito que ele tem — e o PL deve isso. Como eu não sou do partido do presidente, nunca fui eleito com a influência política dele, mas tenho carinho e respeito por ele, eu tenho o direito de dizer que eu não aceito. Na minha chapa, os candidatos ao Senado vão ser de Santa Catarina. O PL tem uma dívida pra pagar. Seria uma ingratidão do PL não aceitar o Carlos Bolsonaro, porque todos que foram pra lá se elegeram às custas dele. Agora, não quer dizer que o catarinense tenha que aceitar. Isso é uma escolha que o eleitor fará. Eu sou defensor da tese de que, como sou catarinense, sou bairrista. Onde é que fica o discurso do patriotismo, da brasilidade? Eu defendo o Brasil, não os Estados Unidos. Eu sou contra você andar com a bandeira dos Estados Unidos agora que os Estados Unidos vieram e prejudicaram o país que eu defendo. Ao mesmo tempo, eu aplaudo o presidente Trump quando ele cria algumas restrições a ministros do STF, razão pela qual a coisa está de cabeça para baixo. Nós estamos vivendo num país onde a segurança jurídica é zero.

 

"O erro do governador é governar com a sigla."

 

Sem a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro ser candidato à presidência em 2026, quem seria o candidato ideal da direita?

João: O Ratinho é o pré-candidato do nosso partido. Hoje está em terceiro em todas as pesquisas a nível nacional. O primeiro sempre fica entre Bolsonaro e Lula, e o Ratinho vem logo atrás. Quando o Ratinho sai, quem aparece é o Tarcísio Freitas. É sempre aquele tripé. Mas o Ratinho não é conhecido nacionalmente, embora tenha uma vantagem: o pai, que é muito conhecido no nordeste. [Ratinho é o nome da direita com o candidato do PL, Tarcísio?] Eu acho que, quando a gente vai falar da direita, não fala mais só de direita. A gente fala de todos que são alinhados à direita. Você inclui Ronaldo Caiado, inclui Tarcísio, inclui Ratinho, inclui Zema. Esses líderes vão estar juntos no primeiro ou no segundo turno. A chance de vitória é muito grande.

 

"O PL em Santa Catarina existe porque o presidente Bolsonaro existe"

 

Uma pesquisa mostra que o governador Jorginho tem 46% das intenções de voto contra 21% do senhor. Como avalia esse resultado?

João: Excepcional. Faz uma conta que tu vais ver: é ótimo. Quantos por cento dos votos o Jorginho fez no segundo turno para governador de Santa Catarina? 75%, se não me falha a memória. Para quem fez 39% no primeiro turno, está fazendo 46% na reeleição, eu acho muito pouco crescimento. Abaixo de 50% é eleição em aberto. Leva em consideração que a eleição é em dois turnos. Hoje, já tem praticamente segundo turno, mas eu nem saí de casa ainda; 59% dos catarinenses não me conhecem. E praticamente 80% já conhecem o governador. Se tu for olhar por esse número, tu vai ver que eu estou melhor que ele. E se formos para o segundo turno — aí é uma eleição zero a zero.

O PSD conquistou prefeituras importantes no litoral, como BC, Camboriú e Navegantes. Como analisa essas vitórias para o partido?

João: A vitória de uma eleição municipal ajuda muito num projeto majoritário, desde que a gestão seja bem avaliada — e é o nosso caso. Hoje você tem o Liba em Navegantes. É o prefeito que está fazendo um governo revolucionário em Navegantes. Nosso pré-candidato a deputado, não tenho dúvida, vai ser deputado. Você tem a nossa prefeita de Balneário Camboriú, que está sendo uma grande revelação da política de Santa Catarina. A Juliana vai ser o futuro. Essa menina vai ser governadora, vai ser senadora — pela lealdade, pelo posicionamento, pelo comportamento, pela pegada, pela vontade. Você tem o Leonel Pavan, que era um político que havia saído do cenário, que todo mundo já dava como ex-político. Ele está fazendo um governo em Camboriú que vai ser revolucionário. Quando tu tens governos qualificados, com capacidade, ajuda muito o candidato. [A prefeita Juliana Pavan conseguiu que o governador Jorginho assumisse o hospital Ruth Cardoso. Teme que ela apoie o atual governo?] Eu também me aproximei do governador. Ela é muito leal. A condição do governador ter assumido o hospital, que é um gesto importante, a gente tem que reconhecer isso. Eu reconheço as coisas que são certas e pontualizo aquilo com que eu divirjo. Ela conseguiu algo inédito para Balneário. A gente tem que reconhecer a habilidade que ela teve, mas foi em troca de nada. É diferente de outros lugares em que o prefeito se entrega. Ela, não. Manteve seus posicionamentos.






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