12 anos depois
Nova ala de oncologia do hospital Marieta começa a atender na segunda
Entrega do centro oncológico do Madre Teresa é uma das fases da ampliação; meta é se tornar o mais hospital de SC
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Após 12 anos do início do projeto e mais de R$ 134 milhões de reais em custos, o Complexo Madre Teresa junto ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, foi inaugurado nesta semana, mas ainda de forma parcial. Foram abertos dois andares do prédio, onde passarão a funcionar a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que já existia no Marieta, e o novo ambulatório de especialidades. Os serviços começam a funcionar nessa segunda-feira.
Na nova estrutura, são 10 consultórios médicos e cinco de equipe multidisciplinar, com nutricionistas, psicólogos, assistente social e enfermeiros, além de 33 poltronas de quimioterapia (no antigo espaço havia 24 cadeiras).
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A Unacon fica no terceiro andar. A unidade existe desde 2008 e contava com apenas cinco consultórios médicos e um de equipe multidisciplinar.
Já no ambulatório de especialidades, no segundo andar, são sete consultórios médicos. O investimento para a abertura das unidades soma cerca de R$ 15 milhões, segundo o hospital. Os valores já aplicados no complexo somam R$ 134 milhões, sendo R$ 95 milhões só na construção do prédio, além dos recursos para móveis e equipamentos. A abertura dos demais andares (são 15 pavimentos) será aos poucos e vai depender da liberação de mais dinheiro do estado pra custeio e manutenção.
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A entrega dos serviços dá início a uma nova fase do hospital que deve melhorar o atendimento aos pacientes de câncer. “Para nós é uma imensa alegria poder entregar à comunidade esse novo espaço, moderno, acolhedor, humanizado e que fará a diferença na vida de tantos pacientes oncológicos, pessoas geralmente fragilizadas e que agora contarão com um novo alento”, disse a irmã Simone Santana, diretora geral do Marieta.
A Unacon tem uma demanda atual de 3,9 mil consultas por mês e 1585 tratamentos mensais, que englobam quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia. Também são feitas 100 cirurgias por mês. Os pacientes ainda contam com serviço de radioterapia, que faz 1100 sessões mensais. No ambulatório, são cerca de 3300 pacientes atendidos por mês. Entre as especialidades atendidas pela Unacon estão mastologia, ginecologia, oncologia clínica, ortopedia, urologia, coloproctologia, cabeça e pescoço e cirurgias geral, do aparelho digestivo, plástica e torácica.
Governador e prefeito inauguram parte do novo complexo

Jorginho Mello promete entregar novas etapas do complexo e o transformá-lo no maior da região
O governador Jorginho Mello (PL) esteve em Itajaí para a inauguração. “É mais uma etapa do hospital que estamos entregando, e muitas outras etapas virão, para que este hospital se transforme no maior do estado”, comentou, destacando que o Estado vai conseguir aportar os recursos necessários.
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB) também prestigiou a cerimônia, destacando a melhoria de condições para pacientes, familiares e profissionais. “Este é um passo definitivo para que possamos aos poucos concluir todo o complexo Madre Teresa, inaugurá-lo definitivamente e ser o maior hospital do estado”, comentou.
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Quando o Complexo Madre Teresa estiver em pleno funcionamento, o hospital Marieta será o maior do estado, com mais de 600 leitos. No novo prédio, o projeto prevê 241 leitos de internação, 20 leitos de UTI adulto, 10 UTI neonatal e outros 10 de cuidados intensivos. Ainda serão abertos 12 salas cirúrgicas, pronto-socorro, centro de diagnóstico e banco de leite.
Abertura se arrasta há uma década

Abertura total depende da liberação de mais dinheiro do governo do estado
A construção e abertura do Complexo Madre Teresa se arrasta há mais de uma década. Os atrasos envolveram troca de construtora, falta de repasses do governo estadual, aditivos contratuais e lentidão nas obras. No governo de Carlos Moisés (Podemos), o governador prometeu abrir o prédio ao menos três vezes, inclusive durante a pandemia, com uma ala pra atender pacientes com covid.
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Considerando a primeira discussão do projeto, são 12 anos de espera, desde 2011. Em 2012, houve a demolição do prédio do pronto-socorro do Marieta e da unidade de oncologia pra dar lugar ao novo complexo. Em 2013, o então governador Raimundo Colombo assinou o termo de compromisso para construção, orçada inicialmente em quase R$ 50 milhões.
No mesmo ano, foi anunciada a contratação da empreiteira e assinada a ordem de serviço. A obra começou em 16 de setembro de 2013, com prazo de entrega até julho de 2015. A execução se estendeu, chegando em 2017 com 75% concluída. Em 2018, a empresa foi notificada pelo hospital por descumprir obrigações contratuais. O contrato acabou rompido e a obra parou.
Só em outubro de 2019 houve uma contratação emergencial pra terminar a obra, assumida pela construtora Stein num contrato de quase R$ 10 milhões e prazo de seis meses. No começo de 2020, veio a pandemia de Covid-19 e obra voltou a parar. Entre 2020 e 2021, o contrato teve uma série de aditivos de valores e prazos, sendo injetados mais recursos para o fim das obras e compra de mobiliário e equipamentos.
O prédio pronto ficou fechado por mais de um ano, passou por várias promessas de abertura em 2022 até a conclusão de instalação dos materiais e organização do espaço que permitiram a abertura, agora, das primeiras alas. O hospital vai usar os mesmos profissionais que já atuavam nos dois setores nos novos espaços do Madre Teresa. Para os outros andares, será preciso novas contratações, a depender de maior recurso pra custeio.
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