Mercado
Expectativa da APM é retomada de linhas em 2023
APM chegou a movimentar mais de 500 mil contêineres num ano
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Com movimentação de mais de 500 mil contêineres por ano desde 2020, num processo de recuperação que vinha desde 2017, a APM Terminals vai começar o contrato transitório, em 2023, sem linhas de contêineres devido à perda de armadores. A empresa culpa os atrasos no leilão e a demora na assinatura do arrendamento pelo mau momento. A estimativa da empresa era fechar o ano com 570 mil TEUs, que superaria o recorde de 553 mil TEUs de 2020.
O diretor-superintendente da APM Terminals, Aristides Russi Júnior, promete empenho total e trabalho árduo para geração de negócios e retomada dos serviços perdidos. A expectativa é que os resultados aparecem nos primeiros 45 dias, a partir de uma agenda de visitas com os armadores.
Aristides lembra que a APM atuou sozinha no porto desde 2004 e que somente neste ano apareceram outros operadores para explorar o atual momento de crescimento de Itajaí. Ao longo do tempo, ele ressaltou que a empresa criou uma identificação com a cidade, sendo defendida pela comunidade, empresários e trabalhadores portuários, ressaltando que também houve uma contribuição no desenvolvimento do município.
“Eu entendo, humildemente falando, que a gente tem uma parcela no progresso de Itajaí. A gente conseguiu dar qualidade de vida para as pessoas. Em momentos muitos delicados, [como] enchente de 2008, enchente de 2011 e crise financeira de 2015, nós es otivemos aqui”, considerou. É com base nos desafios já enfrentados que a APM acredita na recuperação para o ano que vem.
O diretor destaca que a empresa tem seus diferenciais pra continuar vendendo e gerar movimentação. “A gente acredita muito na nossa geração de valor pro negócio dos armadores e dos clientes como um todo. Nós estamos aqui nessa competitividade há mais de 15 anos. Está todo mundo brigando pelo seu espaço e a gente está conseguindo movimentar”, avalia.
Aristides afirmou que não esperava uma disputa tão acirrada no contrato temporário, mas observou que nenhum player global se aventurou. A própria APM não fez lance no edital, por falta de tempo hábil pra avaliação e apresentação de proposta. Agora com o arrendamento transitório resolvido, a empresa espera pelas definições do governo federal quanto ao leilão do porto pra se posicionar.
“Nessa transição, nós não esperamos fazer resultado, nós esperamos continuar com a roda girando. A gente precisa que os trabalhadores estejam engajados, que a economia continue girando e que haja tranquilidade para entender essa modelagem do governo”, completa.
Prefeito destaca esforços pela retomada de linhas de contêineres
O prefeito Volnei Morastoni (MDB) disse que está pessoalmente trabalhando junto à APM para trazer de volta as linhas perdidas devido ao impasse com a assinatura do contrato da área A. Ele ressaltou que se trata de uma situação de mercado, provocada pela demora e descumprimento dos prazos do leilão pelo governo federal, e que pode ser revertida.
Enquanto isso, Volnei destaca que o porto não ficará ocioso. “Temos previsão pra janeiro de cargas de cabotagem, de carros, celulose, ferro e outras, e isso sem falar dos transatlânticos de passageiros, que já estão ancorando em nosso porto e movimentando a nossa economia, na maior temporada de cruzeiros da história de Itajaí”, frisou.