Terminal de contêineres teve o pior resultado em dezembro e começa o ano esvaziado
Só em dezembro a queda foi de 62%. Expectativa é para retomada de linhas após missão na Coreia do Sul
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Lideranças de Itajaí querem barrar arrendamento da área B, ainda sem aval da Antaq (Foto: João Batista)
Com a perda de linhas de contêineres após os atrasos no processo do contrato de transição, o terminal da APM no Porto de Itajaí fechou 2022 com o pior resultado do ano e começou 2023 com pátio e berços vazios. A expectativa é de retomada gradativa dos navios após missão de comitiva municipal na empresa coreana Hyundai, na semana passada.
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Conforme o relatório de movimentação de carga divulgado pela Superintendência do Porto de Itajaí, a APM Terminals registrou em dezembro uma queda de 64% na tonelagem de carga movimentada ...
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Conforme o relatório de movimentação de carga divulgado pela Superintendência do Porto de Itajaí, a APM Terminals registrou em dezembro uma queda de 64% na tonelagem de carga movimentada em relação ao mesmo período de 2021. Foram 166.755 toneladas no último mês de 2022 contra 466.956 em dezembro do ano anterior. Considerando a movimentação de cargas em contêineres cheios, a queda foi ainda maior, de 69%, no comparativo entre os meses.
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Os números mostram perda de movimentação desde novembro. No acumulado do ano, a arrendatária teve queda de 33% na movimentação de carga, em toneladas, em relação à 2021. Esse foi o mesmo percentual de perda na movimentação em TEUs (unidade de um contêiner de 20 pés). Em 2022, a APM movimentou 348.501 TEUs, ante 517.541 movimentados no ano anterior.
Só em dezembro de 2022, a queda foi de 63% em contêineres, na comparação com o mesmo mês de 2021. O resultado no mês passado foi o pior do ano, com 15.464 TEUs. Em 2021, no mesmo mês, a movimentação tinha passado dos 41 mil contêineres. Em navios operados, o terminal recebeu, em 2022, 146 cargueiros a menos que 2021, representando uma queda de 40%. Em dezembro, foram 10 navios operados – sete de contêineres e três de carga geral.
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O resultado só não foi pior para o Porto de Itajaí devido ao incremento de movimentação em dezembro no cais público (berços 3 e 4). A área recebeu 12 navios no mês passado, sendo seis de passageiros e seis de cargas gerais. Ao longo de 2022, foram 55 navios operados no cais público, 41 a mais que em 2021, num alta de quase 300%, puxada pelas cargas gerais, cruzeiros e navios com veículos.
Somando o resultado das duas áreas (cais público e APM Terminals), o Porto de Itajaí fechou o ano com 30% de queda na movimentação total de cargas em toneladas e com 28% a menos de navios recebidos em relação à 2021. Na Portonave, o relatório apontou alta de 4% na movimentação de contêineres e de 2% na movimentação total de carga entre 2021 e 2022.
Expectativa após visita à Hyundai
A missão de representantes da APM, superintendência do porto e prefeitura de Itajaí na armadora de navios Hyundai Merchant Marine, em Seul, na Coreia do Sul, terminou na quarta-feira passada, com resultado ainda a ser divulgado, que pode ocorrer nesta semana.
O superintendente da APM, Aristides Russi Júnior; o superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga, e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Thiago Morastoni, conversaram com executivos da empresa nas tratativas pra recuperarem linhas pra Itajaí.
Segundo o porto, a comitiva espera uma resposta da empresa após as discussões internas que ocorreriam na companhia. A expectativa é de um resultado positivo, mas, por enquanto, a APM informou que não fará nenhuma divulgação. Em clima de otimismo, o porto espera o anúncio da arrendatária pra se manifestar.
Nesse início de 2023, ainda sem linha de contêineres na APM, o Porto de Itajaí está apenas com atracação de cruzeiros, navios com veículos e de cargas gerais. Até o final do mês, serão recebidos mais dois cruzeiros, um navio de veículos e um de carga geral.
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No final de semana, o cais público recebeu o cruzeiro Costa Favolosa. Na APM, atracaram dois navios da Marinha: o porta-helicópteros NAM Atlântico e o navio de apoio Mearim.
Lideranças locais são contra arrendamento da área B
Lideranças de Itajaí querem barrar arrendamento da área B, ainda sem aval da Antaq
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Lideranças locais pediram apoio de representantes estaduais da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pra que o processo de arrendamento dos berços 3 e 4 (área B) do Porto de Itajaí seja impugnado. O edital da área foi vencido pela Ctil Logística, em resultado já homologado pelo porto.
A assinatura do contrato depende da Antaq, que não deu o aval na reunião da diretoria na semana passada. O porto pode recorrer da decisão, com manifestação à agência. A impugnação foi pedida pela Comissão do Complexo Portuário da Câmara de Vereadores de Itajaí, liderada pelo vereador Beto Cunha (PSDB) e entidades setoriais do município, em reunião na sexta-feira com membros estaduais da Antaq.
Segundo a agência, o processo apresenta erros e também há dúvidas sobre a capacidade operacional da empresa. Para tentar sensibilizar os gestores dos governos federal e municipal, as entidades da comissão e as federações de classe empresarial do estado vão formalizar o pedido à Antaq.
O receio do grupo é de impacto na economia local e nos postos de trabalho das empresas que atuam com o transporte de carga. De acordo com as entidades, atualmente os berços 3 e 4 estão praticamente vazios devido à insegurança entre os operadores que não confiam na estabilidade do processo de arrendamento e da empresa vencedora.
“Se essa situação não for revertida, se o poder público não entender que a permanência da Ctil é preocupante para o mercado, a perspectiva futura é de um impacto econômico que pode ser irreversível para Itajaí”, disse Hélio da Silva Júnior, secretário do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Itajaí e Região (Seveículos).
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Porto espera reunião com ministro
O superintendente do porto, Fábio da Veiga, informa que o arrendamento da área B segue sob análise da Antaq. Em decisão da diretoria colegiada na semana passada, o órgão não autorizou a formalização do contrato. O porto agora estuda se vai entrar ou não com recurso regimental, previsto pela legislação, junto ao órgão.
Fábio também falou do movimento contra o arrendamento. “Particularmente, desconheço as razões de pedir a impugnação por parte da respeitável comissão. Mas, como a legislação assim prevê, o Porto de Itajaí foi quem tomou a iniciativa e encaminhou o processo para análise da Antaq e, portanto, entendo que esta etapa esteja superada”, disse.
O superintendente pediu já na primeira semana de janeiro uma agenda presencial com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, pra levar as demandas de Itajaí, incluindo o processo de desestatização. Nessa semana, Fábio terá reunião com Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq. “Essa semana teremos confirmações importantes”, adiantou.
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