Júri popular
Assassina de grávida é condenada a 56 anos de prisão
Ela foi condenada por homicídio qualificado e tentativa de homicídio
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Rozalba Maria Grime, 27 anos, passa para a história policial catarinense como protagonista de um dos crimes mais bárbaros do Estado. Ela foi condenada na quinta-feira a 56 anos e 10 meses de prisão pela morte de Flávia Godinho Mafra, em agosto do ano passado – o conhecido “Crime de Canelinha”, em que a gestante foi barbaramente assassinada e teve o bebê retirado à força de seu útero.
O julgamento aconteceu na Câmara de Vereadores de Tijucas devido à necessidade de espaço e à repercussão do caso. Rozalba cumprirá pena imediatamente, em regime especial fechado no complexo prisional de São José – sua condenação aconteceu por maioria dos votos dos jurados.
A leitura do processo contra Rozalba iniciou logo às 8h30 da manhã, e estendeu-se até início da madrugada de quinta, quando a sentença foi lida. O julgamento foi presidido pelo juiz José Adilson Bittencourt e teve o depoimento de seis testemunhas de acusação. Rozalba tinha uma única testemunha, um irmão, que alegou estar com suspeita de covid-19 e não apareceu.
A ré acabou condenada por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, além de outros quatro chamados “crimes conexos” – fraude processual, parto suposto, ocultação de cadáver e subtração de menor. Ela era ré confessa do crime. Os jurados ainda levaram em conta outro entendimento do Ministério Público: que houve feminicídio por motivo torpe. O sequestro da vítima e o uso de meio cruel contra ela agravaram ainda mais a situação.
O crime
O assassinato de Flavia chocou o Brasil, em 27 de agosto do ano passado. A gestante de 36 semanas foi convidada para um suposto chá de bebê, em Canelinha. Numa cerâmica desativada, ela foi morta com golpes na cabeça, teve sua barriga aberta com estilete e a criança retirada do útero.
A amiga assassina confessou que engravidou em 2019, perdeu a criança e escondeu da família – diante dessa situação, planejou então roubar o bebê. As investigações levaram a polícia, na ocasião, à cerâmica, onde o corpo foi encontrado num forno, uma cena chocante não apenas para a família, mas até mesmo para peritos e jornalistas que compareceram no local.