NOVA CEPA
Variante Delta já afeta “milhares de pessoas” em SC, diz secretário de Saúde
Números oficiais ainda somam 36 registros em 20 cidades do estado, além de 50 casos suspeitos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

De acordo com o secretário Estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, Santa Catarina já são “milhares de pessoas” contaminadas com a variante Delta do coronavírus. O aumento expressivo dos casos no estado deve aparecer na próxima atualização do boletim epidemiológico da secretaria. De acordo com a superintendência de Vigilância em Saúde, oficialmente são 36 casos registrados em 20 cidades. Outros 50 casos estão em investigação.
Na região da Amfri, a variante, considerada mais transmissível, foi identificada em seis cidades: Itajaí, Balneário Camboriú, Piçarras, Bombinhas, Camboriú e Penha. No total, são sete casos na região, com duas confirmações em Camboriú. Em Piçarras, a investigação apontou que o contágio é autóctone, com transmissão dentro da própria cidade. Em Itajaí, o caso foi considerado importado. Nas demais cidades, o local de origem da infecção estava em apuração ou não foi conclusivo.
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De acordo com a vigilância Epidemiológica de Itajaí, 14 pacientes que viajaram para locais com registro da variante Delta já foram monitorados. Do total, apenas um teve resultado positivo para a variante. O contágio é de um homem de 49 anos, que esteve na Indonésia e voltou ao Brasil no final de junho. A confirmação da infecção com a variante saiu no mês passado, entre os primeiros registros no estado. Atualmente, um paciente está em monitoramento domiciliar ainda sem resultado do exame.
Em Balneário Camboriú, o primeiro caso foi registrado na semana passada, envolvendo uma mulher de 22 anos. Com quadro de sintomas leves, ela foi monitorada e ficou em isolamento. A origem da contaminação não foi determinada. A paciente não viajou, mas fazia deslocamentos frequentes pra Itajaí, onde mora o namorado. Segundo a secretaria de Saúde, não há casos suspeitos da variante em investigação.
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As confirmações da variante Delta no estado fizeram a vigilância Estadual em Saúde emitir um alerta com recomendações sobre o reforço no monitoramento dos casos pelos municípios e sobre a necessidade de manter as medidas preventivas pela população. O alerta aponta para o risco de um ”possível aumento exponencial de casos” em todas as faixas de idades.
Para o secretário Estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, o estado já deve estar com “milhares” de pessoas com a nova variante, considerando que a confirmação ocorre em até 20 dias após o contágio. Um dos últimos registros foi de um homem que faleceu no começo de julho e a confirmação para a variante saiu só no início de agosto. O último relatório dos casos confirmados da Delta no estado é da terça-feira passada.
A partir de um caso suspeito da doença, o paciente é isolado, monitorado, tratado e rastreado pra identificar a origem do contato. “Nós temos uma rastreabilidade grande. Quando se percebe uma carga viral maior, ele já é testada para várias variantes”, explica o secretário. Ele analisa que o avanço da variante é “natural da doença”, que vai mudando para se adaptar. Além da Delta, Santa Catarina já tem outras três variantes em circulação.
O epicentro de contágio com a variante Delta no país é no estado do Rio de Janeiro, com quase 60% dos casos de covid-19 ligado à nova cepa. A projeção de pesquisadores da USP e Unesp é que São Paulo se torne o centro da transmissão a partir de setembro, quando é prevista uma “explosão” de novos casos devido ao avanço da variante. A previsão leva em conta o tempo médio de 80 dias entre os primeiros registos até ocorrer um aumento expressivo de contaminações, com base em dados de outros países.