MAPA DE RISCO
Região de Itajaí segue em nível gravíssimo pra covid-19
Taxas de contágio e de ocupação hospitalar mantêm as cidades sob o alerta máximo na Amfri
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Apenas as regiões da Foz do Rio Itajaí e o Nordeste de Santa Catarina seguem em nível gravíssimo (cor vermelha) pra covid-19, após a atualização do mapa de risco pelo governo estadual no sábado. No resto do estado a situação melhorou, com sete regiões com classificação grave (cor laranja) e sete em nível alto (cor amarela).
As cidades da Amfri estão há quatro meses em alerta máximo, sem registrar mudanças na classificação. A permanência no risco gravíssimo se dá pelo número de casos ativos e taxa de ocupação de leitos na região, ainda com notas máximas. A região também piorou no quesito monitoramento, que envolve a variação de casos, com aumento na última semana, e a cobertura da vacinação, com faixas de idade em atraso.
Em Itajaí, o número de casos ativos puxa a média da região para cima. Desde o início do mês a cidade registra mais de mil pessoas doentes com o vírus ativo. No sábado, conforme o boletim municipal, eram 1011 moradores se recuperando da doença. Em Balneário Camboriú, são 353 casos ativos.
Na região, o monitoramento do estado registrava 1646 pessoas doentes até sábado, com a maior variação de casos confirmados em Penha, Itapema e Porto Belo. A taxa de ocupação de leitos de UTI covid baixou, chegando a 65%, mas ainda acima do limite de alerta, que é de 60%. No estado, a média de ocupação das UTIs estava em 66,8% até sábado.
Em Itajaí, o hospital Marieta Konder Bornhausen tinha 61,25% dos leitos de UTI ocupados no sábado, conforme boletim da prefeitura, com 31 leitos vagos. Em Balneário Camboriú, a taxa de ocupação no centro Municipal de Covid-19 era de 63%, com 19 pacientes internados e 11 leitos vagos.
A situação na região da Amfri contrasta com a melhora em outras áreas do estado. De acordo com a cientista de dados da secretaria Estadual de Saúde, Bianca Vieira, o cenário em Santa Catarina apresenta melhora significativa principalmente devido ao avanço da vacinação. O cronograma do estado prevê vacinar todos os adultos com a primeira dose até o final de agosto.
“Há redução no número de óbitos e no quesito de capacidade de atenção, que avalia a ocupação em UTIs, conforme a vacinação é ampliada”, disse. “Temos pouco mais de 20% da população vacinada com a segunda dose e à medida que avançamos na imunização, transformaremos esse mapa em um cenário mais confortável para a nossa população”, completou.
Risco de aumento exponencial de casos devido à variante Delta
A presença da variante Delta do coronavírus em Santa Catarina fez a superintendência de Vigilância em Saúde do estado soltar uma nota de alerta com recomendações pelo reforço das medidas de prevenção e nos serviços de saúde. A preocupação é sobre o risco de “um possível aumento exponencial de casos de covid-19”.
A nota informa que, até 10 de agosto, foram registrados 36 casos da variante em 20 municípios, incluindo Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Piçarras e Penha, além de 25 casos em investigação. Do total de confirmados, quatro casos são autóctones, ou seja, transmitidos dentro do próprio estado.
A transmissão comunitária em Santa Catarina deve ser decretada em breve, conforme a nota, oficializando que a variante está circulando entre as cidades. O alerta leva em conta aviso da organização Mundial da Saúde (OMS) de que, com a disseminação da variante Delta, há possibilidade de aumento significativo de casos da doença e risco de lotação do sistema de saúde.
Os primeiros estudos apontam que o contágio com a nova variante provoca quadros mais graves que as variantes anteriores e que mesmo pessoas vacinadas infectadas com a Delta podem transmitir o vírus tanto quanto os não vacinados.
As pesquisas ainda indicam que a variante é mais transmissível em pessoas não vacinadas ou vacinadas com a primeira dose. Por isso, a nota alerta pra necessidade de avançar na cobertura da vacinação. Outra preocupação é que, por ser altamente transmissível, a nova variante pode provocar uma alta de casos em todas as idades.
As medidas recomendadas pela secretaria de Saúde envolvem a intensificação do monitoramento de casos, reforço na fiscalização pelo cumprimento das normas sanitárias e contra aglomerações, reforço dos cuidados preventivos básicos e preparação da rede de saúde pra atender uma possível alta de casos.
A nota de alerta ainda destaca a importância de agilizar a vacinação, com estratégias pra garantir a cobertura nos grupos prioritários e o atendimento às faixas etárias que estejam atrasadas, além de orientação sobre a necessidade do retorno pra segunda dose.