A bronca dos conferentes com a direção da empresa responsável pela operação no porto de Itajaí, a APM Terminals, parece estar longe de um fim. Os trabalhadores, que estão de braços cruzados desde a última quinta-feira, afirmam que não aceitam a redução salarial proposta pela empresa, e prometem uma passeata hoje até a câmara de vereadores, pra pedir apoio. Por causa da grevona, até ontem, nove navios mudaram suas rotas pra outros portos do país e o terminal peixeiro já deixou de movimentar 4,5 mil contêineres, representando um prejuízo de cerca de R$ 2,5 milhões.
O protesto dos trabalhadores, que entrou no quinto dia, promete ter um novo capítulo hoje. Os conferentes e trabalhadores de outras sete categorias sindicais farão uma passeata da frente do porto ...
O protesto dos trabalhadores, que entrou no quinto dia, promete ter um novo capítulo hoje. Os conferentes e trabalhadores de outras sete categorias sindicais farão uma passeata da frente do porto até a câmara de vereadores da city. Os conferentes irão cobrar dos vereadores uma posição mais firme frente a essa medida inconstitucional de baixar os salários. A APM chegou a tentar uma ação cautelar pedindo a abusividade da greve, mas o juiz Ozeas de Castro, da 2ª Vara do Trabalho de Itajaí, indeferiu o pedido, conta o advogado do sindicato dos conferentes, Pablo Vargas.
Os conferentes ainda informaram que devem sair da frente do porto às 16h, passando pela avenida Marcos Konder, até chegar na câmara peixeira pra cobrar apoio dos edis durante a sessão legislativa.
A direção da APM diz, em nota, que não há previsão de retomada das operações no porto peixeiro e que o saldo da paralisação dos conferentes já supera 4,5 mil contêineres a menos na city peixeira desde quinta-feira, o que dá um prejuízo aproximado de R$ 2,5 milhões.
Entenda a bronca
No final de setembro, o contrato entre o sindicato dos conferentes e a APM terminou. Os trabalhadores fizeram então o dissídio coletivo e deram entrada na delegacia Regional do Trabalho. Mas a empresa, ao invés de renovar o contrato com os peões, abriu um edital pra contratação de 24 conferentes. No edital, o salário era
30% menor do que o do acordo anterior, além de outros benefícios que seriam perdidos. Desde então, várias reuniões foram marcadas, mas nenhuma terminou com final feliz pra trabalhadores e chefões. Os conferentes chegaram a fazer duas paralisações antes da grevona, mas nem assim uma solução foi encontrada pra pendenga no porto.