Não foi tranquilo o caminho do Marinheiro rumo à elite do futebol catarina. Em 2012 o torcedor sofreu. E muito. Pior campanha da história no Catarinense, o terceiro rebaixamento do clube (1998 e 2009), manchetes policiais, goleadas, jogadores apavorando nas baladas e brigas nos bastidores. Depois a montagem do time pra disputa da Série D do Brasileirão e a desistência com um grupo já pronto pra jogar. A coisa só não foi pior graças a boa participação e o vice-campeonato na copinha Santa Catarina, que deu a vaga pra Série D deste ano.
A temporada 2013 começou no dia 10 de abril com a apresentação do técnico Agenor Piccinin pra ser o treinador da equipe que buscaria o acesso. Depois disso, muita coisa rolou.
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A primeira leva
Junto com Agenor Piccinin chegou o preparador físico João Jurandir Godzicki. A boleirada foi chegando em cima da hora. Aos poucos iam pintando atletas como Cleber Oliveira, Glauco, Samuel, Leandrinho e Leandro Branco (que ainda estão por aqui), entre outros. Até 10 dias antes da estreia, o clube tinha feito só 12 contratações.
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Muda tudo
No dia 16 de maio, nove dias antes da estreia na Segundona, o Marinheiro anunciou a parceria com a empresa LA Sports. O presidente da empresa, Luiz Alberto de Oliveira, veio pessoalmente pra coletiva de apresentação. A empresa passava então a tocar o departamento de futebol profissional do clube, prometendo mudanças e profissionalismo. Ao mesmo tempo trouxe o técnico Paulo Turra, deixando Agenor Piccinin de lado. Na segunda-feira, três dias depois, a empresa descarregou no Gigantão das Avenidas 16 boleiros. Quatro contratados por Agenor e 10 da base ganharam um pé na bunda.
Começo devagar
Com um time caro, montado pra buscar o acesso pra Série C do campeonato Brasileiro, o torcedor achou que ia sobrar na Segundona, mas nada foi fácil. Estreia num ruim 1 a 0 contra o Caçador. Empate sem gols contra o Hercílio Luz, em jogo que a marujada sofreu com o apito, e depois o assalto contra o coitado do Porto - ainda assim o Cílio perdeu em casa por 1 a 0.
Primeira goleada
Quem salvou o início de campanha do Marinheiro foi o XV de Outubro, de Indaial. A equipe era formada praticamente por atletas juniores. Rebaixado em último lugar na competição, não deu trabalho pro clube peixeiro, que meteu 6 a 0, dando esperança de recuperação pra torcedor.
Valeu bandeira
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E aí veio o primeiro clássico regional contra a marrecada. A partida foi lá no estádio Augusto Bauer, no dia 16 de junho. Empate sofrido em 2 a 2, com gol de pênalti de Rodrigo Jesus, que tinha estreado na partida anterior. Com um pênalti não marcado e um gol anulado, o Brusque saiu de campo revoltado, sobrou até pedra pro árbitro Leandro Messina Perrone. A cartolagem marcilista, que estava acompanhada por Delfinzinho, precisou da ajuda da PM pra conseguir ir embora.
Fim da parceria e mudança no comando
Tudo mudou de novo no dia 21 de junho. Insatisfeito com a fraca campanha da Série D (terceiro lugar com um empate e uma derrota) e o caminho meia-boca na Segundona (terceiro colocado com 3 vitórias, 2 empates e 2 derrota), o Marinheiro terminou o romance com a LA Sports. A parceria foi desfeita e o técnico Paulo Turra pediu o boné. Saiu cuspindo cobras e lagartos contra o clube, dizendo que não tinha estrutura pra trabalhar. Paulo Foiani, seu auxiliar, ficou com o cargo.
Briga no tapetão
Antes da partida contra o Atlético Tubarão, pela oitava rodada do turno da Segundona, o Marcílio Dias acionou Brusque, Hercílio Luz e Concórdia no tribunal de Justiça Desportiva (TJD-SC) com denuncia de escalação irregular. O trio perdeu pontos em primeira (comissão disciplinar) e segunda instância (pleno). A briga terminou há pouco tempo, no superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio, com vitória dos denunciados.
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Adeus Agenor Piccinin
Depois de ter ficado de escanteio com a chegada de Paulo Turra, ter sido emprestado pra salvar o União Frederiquense do rebaixamento pra terceira divisão gaúcha e voltado, Agenor Piccinin foi embora. Ele ficaria no cargo de coordenador de futebol, mas acabou desistindo.
Embalou
Se o início de competição do Marinheiro foi difícil, no returno começou com tudo. A equipe embalou depois da derrota por 1 a 0 contra o Caçador. Meteu três bagas no Hercílio Luz e no Porto, cinco no XV de Outubro, venceu o Brusque por 1 a 0.
Tropeço no final do returno
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O time tava batendo em todo mundo e correndo pra ficar com o caneco do returno da competição, pra entrar no quadrangular com um pontinho extra. Mas aí vieram os tropeços. Derrota na sexta rodada pro Imbituba por 2 a 0 e na penúltima rodada por Atlético Tubarão por 2 a 1, ambos fora de casa. Com as três derrotas nessa fase (a do Caçador na primeira rodada), o Cílio perdeu o título do returno pro time de Tubarão.
É guerra!
Na terceira rodada do turno do quadrangular semifinal, Marinheiro e Brusque voltaram a se enfrentar na Marrecolândia. A polêmica começou já na quinta-feira quando o peixeiro Edson da Silva foi escalado pra partida. No primeiro tempo, 2 a 0 Brusque. Na etapa final, pênalti pro Cílio, expulsão de jogador do time da casa e gol de Tardelli, 2 a 1. Depois mais uma expulsão. Mais tarde, mais um pênalti e a partida acabou aí. Teve invasão de campo de torcedores e dirigentes, agressão ao árbitro, coisas arremessadas no gramado e a partida não passou dos 36 minutos do segundo tempo. O caso vai a julgamento hoje à noite.
É só comemorar
Fora a partida que deu confusão, o quadrangular não poderia ter sido melhor pro Marinheiro. Nos outros três jogos, três vitórias. A quarta vitória veio na noite de ontem contra o Concórdia garantindo o tão sonhado acesso pra primeira divisão do futebol Catarinense. Agora resta comemorar a subida e buscar o título da Segundona.
Campanha
Primeira fase
Turno
26/5 Marcílio Dias 1 x0 Caçador
29/5 Hercílio Luz 0 x 0 Marcílio Dias
5/6 Marcílio Dias 0 x 1 Porto
8/6 XV de Outubro 0 x 6 Marcílio Dias
16/6 Brusque 2 x 2 Marcílio Dias
19/6 Marcílio Dias 4 x 0 Imbituba
23/6 Concórdia 1 x 3 Marcílio Dias
26/6 Marcílio Dias 1 x 0 Tubarão
30/6 Canoinhas 2 x 2 Marcílio Dias
Returno
10/7 Caçador 1 x 0 Marcílio Dias
18/7 Marcílio Dias 3 x 0 Hercílio Luz
23/7 Porto 1 x 3 Marcílio Dias
31/7 Marcílio Dias 5 x 2 XV de Outubro
4/8 Marcílio Dias 1 x 0 Brusque
14/8 Imbituba 2 x 0 Marcílio Dias
21/8 Marcílio Dias 2 x 0 Concórdia
28/8 Tubarão 2 x 1 Marcílio Dias
1º/9 Marcílio Dias 1 x 0 Canoinhas
Quadrangular
8/9 Marcílio Dias 1 x 0 Tubarão
11/9 Concórdia 0 x 2 Marcílio Dias
15/9 *Brusque x Marcílio Dias
18/9 Marcílio Dias 1 x 0 Brusque
23/9 Marcílio Dias x Concórdia
26/9 Tubarão x Marcílio Dias
* Resultado da partida será julgado hoje pelo TJD-SC
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