Aulas suspensas, acidentes de trânsito e gente xingando na rua. Estas foram algumas consequências do derrame de 15 mil litros de restos de peixe na rua Monte Bandeiras, no distrito do Monte Alegre, em Camboriú, ontem pela manhã. O material oleoso e fedido deixou a rua tão escorregadia que os motoqueiros que passaram por lá bem cedinho, antes mesmo de começar a limpeza, acabaram deslizando e sisborrachando na chón. No total, foram seis quedas de moto.
Foram mobilizados 40 homens, quatro caminhões-pipa e dois hidrojatos pra limpar a nojeira despejada por um bruto de uma firma ainda não identificada. A sujeira chegou a respingar nas paredes das ...
Foram mobilizados 40 homens, quatro caminhões-pipa e dois hidrojatos pra limpar a nojeira despejada por um bruto de uma firma ainda não identificada. A sujeira chegou a respingar nas paredes das casas e espalhou a maior catinga pelos arredores. O motora autor da façanha cagou e andou pra treta: saiu de fininho pra tentar escapar da responsa.
As secretarias de Saúde, Obras e Saneamento Básico tramparam em conjunto com a defesa Civil, polícia Ambiental e fundação do Meio Ambiente pra tentar resolver o perrengue, que começou por volta de 6h. A polícia Militar da city informou que as imagens das câmeras de segurança da rua serão analisadas pra identificar a empresa, que terá de arcar com uma multa gorda e responder por crime ambiental. O que corre à boca miúda no distrito Monte Alegre é que o motorista do bruto acordou atrasado para o trampo, e a pressa o fez passar voando por um lombada. O impacto provocou o estouro de uma válvula, que resultou no vazamento dos restos de peixe na rua. De acordo com a PM, o caminhão é de Navegantes.
Pode render multa milionária
A polícia Ambiental de Tijucas foi acionada e informou que os responsáveis pela nojeirada serão autuados e pagarão uma multa mínima de 500 pilas. O valor pode variar de acordo com a gravidade do impacto ambiental e chegar a R$ 10 milhões. A fundação do Meio Ambiente de Camboriú também vai notificar a empresa. É o que afirma a presidenta Carla Krug. Segundo a abobrona, 90% do material foi limpo com a ajuda dos hidrojatos, mas cerca de 10% caiu no rio. Além disso o despejo dos dejetos no sistema pluvial torna a situação ainda mais preocupante.
De acordo com Carla, a fundação vai investigar se outros crimes ambientais foram cometidos, aplicando multa conforme o apurado. Mas não só irregularidades relacionadas ao meio ambiente devem ser descobertas. O caminhão não deve ter manutenção nenhuma, porque a válvula estourou só de passar pela lombada. E o fato de o motorista ter sumido do local também é um agravante, diz.
A secretaria de Obras começou a limpeza do local às 6h, logo depois que a nojeirada se espalhou pela rua. De acordo com o abobrão Jackson Genésio Rosa, o Jakinho, foram mobilizados quatro caminhões-pipa com capacidade de 16 mil litros cada para fazer a limpeza no local. Além disso, um hidrojato da prefa, um outro particular e um trator da secretaria foram utilizados para retirar os restos de peixe da via. Para evitar novos acidentes e, de quebra, diminuir o mau cheiro, a prefa espalhou cal pela rua. Parte do trânsito na rua também foi interditado para a segurança dos motoristas.
Colégio suspendeu as aulas
O cheiro estava tão insuportável que a secretaria de Saúde chegou a distribuir máscaras aos moradores da região. Muita gente tapava o nariz com panos ou mesmo com a mão, mas nem isso era suficiente pra deixar de sentir a catinga. Muita gente está passando mal, disse um morador.
Alguns comerciantes nem abriram as portas, e as aulas no colégio Maria Terezinha Garcia foram suspensas às 10h. Realmente, foi uma manhã diferente pra todos: para os moradores, para o comércio e para as pessoas que transitam pelas ruas, disse a diretora da escola, Sandra Santiago dos Santos Niedermaier.
De acordo com a mandachuva, as aulas ocorreram normalmente até a hora do recreio, mas foram canceladas devido a pedidos de pais, que ligaram preocupados com os filhos. Nenhum aluno da escola chegou a vomitar, mas muita gente ficou de estômago virado com o cheiro que se espalhava pelo colégio por causa do vento. Nós dispensamos as crianças porque não sabemos que substância é essa que saiu do caminhão, nem sabemos qual a gravidade disso, explica.