que apanho à mão por agora.
um invólucro, qual seja;
me apresento, ao menos e ao meio
e então, considerem meus queixumes:
nesse estado, me recusa a poesia.
me acusam as tantas nuvens-vozes
que me acompanham a exibir
os trovejados halos d‘outras
santificadas cabeças, estas sim,
doutas, a me impor o flagelo
quando adentro, contra a vontade,
a abóbada imaculada recém-inaugurada
pelo histrionismo da pobreza
e da fé, tamanhas.
que esperar de mim, penso bestificado,
um filho bastardo de Obatalá,
que esbarro nas sextas-feiras
trajado de preto; que mais mereço
senão advérbios de recusa?
mesmo parido da mãe mais velha,
mesmo evitando a usura, mesmo não tendo
ambição no traquejo e, talvez por isso,
não sou considerado um truque do acaso;
eis o forasteiro, cochicham indisfarçavelmente
na língua pictórica dos anjos.
mas não se reduzem ao coro, não só.
okê arô! Deixa-me adentrar a densa mata
e me acolhe no bioma elemental
que cobre a minha pele.
seja eu o próprio fogo-fátuo,
mesmo que pra isso, observe entristecido
o fim da guerra das virtudes
e por imposição, tenha de professar
sobejamente, o deslumbramento da agonia
e, testemunhar, o sepultamento das rosas.