ITAJAÍ
Conselho das Entidades critica aumento no número de vereadores
Entidade cobra transparência, debate e audiência pública sobre o tema
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
O aumento no número de vereadores de Itajaí, aprovado pela câmara nesta semana e que passa a valer a partir das eleições de 2028, gerou reação negativa do Conselho das Entidades, que reúne representantes do setor produtivo e empresarial do município. A mudança eleva de 17 para 21 o total de cadeiras no legislativo a partir de 2029.
Em nota pública, a entidade manifestou posição contrária à decisão dos vereadores, destacando a ausência de diálogo com a sociedade e de transparência no processo. “Embora a medida possa estar amparada na legislação vigente, o Conselho entende que a decisão carece de transparência, diálogo e amplo debate com a sociedade, especialmente em um contexto em que a população enfrenta desafios econômicos significativos e cobra maior eficiência na gestão dos recursos públicos”, afirma o texto assinado por Bento Ferrari, presidente do Conselho das Entidades.
Continua depois da publicidade
O grupo alerta que a ampliação do número de parlamentares implicará em impacto direto nos cofres públicos, com aumento de custos em subsídios, estrutura administrativa, assessorias e outros encargos operacionais. Para o Conselho, decisões desse porte exigem responsabilidade, prudência e legitimidade social.
A nota também aponta que, além da ampliação das cadeiras, há previsão de queda na arrecadação municipal a partir de 2029 por conta da reforma tributária, tema que, segundo a entidade, não foi debatido pela câmara. “Os representantes eleitos têm como missão atuar em prol do bem comum, fiscalizar o poder executivo, propor políticas públicas e legislar com ética, moralidade e compromisso com o interesse coletivo, e não tomar decisões de grande impacto sem a devida consulta da população que representam”, pontua o documento.
O Conselho pede a realização de uma audiência pública ampla e transparente para que a população possa compreender os fundamentos da proposta, manifestar sua opinião e participar do processo decisório.
“O fortalecimento da democracia se dá pelo diálogo, pela participação popular e pelo respeito aos princípios da administração pública, especialmente os da moralidade, publicidade e eficiência. Qualquer mudança estrutural no poder legislativo deve refletir, antes de tudo, a vontade e o interesse da sociedade”, finaliza a nota.
A câmara confirmou que recebeu o pedido de audiência pública através do ofício da entidade, mas “como o projeto já está aprovado, a audiência pública perde o objeto”.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"
