ARTE PRETA
Festival tem programação celebrando artistas negros
Exposições, espetáculos, oficinas e música ocupam espaços culturais da cidade em ações gratuitas
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



Itajaí será palco do 11º Festival Arte Preta entre 6 e 9 de novembro. O festival multilinguagens, idealizado pela Izô Cultura, reúne artistas negros em sua programação. O evento é gratuito e estreia com exposição, espetáculos teatrais para as infâncias e adultos, mediação cultural para turmas escolares, show musical e uma oficina, oferecendo atividades para todas as idades.
A ideia do festival partiu da produtora cultural Mariana Feitosa, nome por trás da Izô Cultura, para responder ao desejo de ter um evento em que o trabalho de artistas negros estivesse em evidência, independentemente de abordar ou não a negritude e as questões raciais. “Pensando que estamos em um estado bastante branco e que se esforça para valorizar as culturas europeias de sua colonização, quis propor aqui um evento para valorizar e evidenciar as incríveis produções dos artistas negros catarinenses e brasileiros. Essa é só a primeira edição, mas o meu desejo é que tenhamos um evento anual que crie uma nova tradição em Itajaí, fortalecendo a imagem da cidade como um local de grandes festivais, como já são o de música e o Toni Cunha”, comenta Mariana Feitosa.
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Neste primeiro ano, integram a programação o artista visual itajaiense Ilustrablack, com a exposição “Retratos Negros”, que estará disponível para visitação no hall do Teatro Municipal de Itajaí a partir das 13h do dia 6.
Ainda no dia 6, às 15h, acontece o espetáculo para as infâncias “Quantas áfricas tem na África?”, com o grupo Agbalá Conta, de São Paulo. À noite, será a vez da oficina “A arte de narrar histórias pretas”, voltada a educadores, artistas e interessados, conduzida pelo grupo.
No dia 7, o espetáculo de narrativa de histórias “Cor de quê”, da Izô Cultura, ocupa o teatro Municipal com sessões às 9h30 e 14h30. No dia 8, às 20h, acontece o espetáculo “Não corre, menino”, da Cia Nosso Olhar, de Florianópolis, que aborda a violência contra crianças negras e denuncia o impacto do racismo na vida de jovens periféricos.
Para encerrar o evento, no dia 9, acontece o show “Minha prece ecoa”, com Dandara Manoela, às 20h, no Municipal. A apresentação acústica propõe uma atmosfera íntima, entrelaçando canção autoral, ancestralidade e, além da escuta, o reconhecimento e a vivência.
Todas as atrações são gratuitas e os ingressos serão distribuídos uma hora antes nos locais das apresentações. O festival tem realização do Plano Nacional Aldir Blanc (PNAB), com patrocínio do Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Fundação Cultural de Itajaí. O evento conta ainda com o apoio do Sesc Itajaí.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"