Quase metade das mortes em acidentes nas rodovias administradas pela concessionária Arteris está ligada à ausência do cinto de segurança. O levantamento considera os primeiros semestres de 2024 e 2025 e aponta 90 mortes nesse período em que foi constatado que vítimas não usavam o equipamento.
De janeiro a junho deste ano, 43,7% das mortes envolveram carros, caminhões ou ônibus em que o uso do cinto é obrigatório. O perfil das vítimas se repete: homens, condutores e sem o cinto afivelado ...
De janeiro a junho deste ano, 43,7% das mortes envolveram carros, caminhões ou ônibus em que o uso do cinto é obrigatório. O perfil das vítimas se repete: homens, condutores e sem o cinto afivelado. Entre os 90 mortos nos dois anos, 69 eram homens e 61 estavam ao volante.
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Multas em crescimento
Os números da Polícia Rodoviária Federal mostram que a negligência é antiga e crescente. Em 2007, foram registradas 90 mil multas por falta de cinto no país. Em 2023, esse número chegou a 216 mil autuações, mais que o dobro.
O Código de Trânsito Brasileiro considera a infração grave: multa de R$ 195,23, cinco pontos na CNH e retenção do veículo até que todos os ocupantes estejam devidamente protegidos.
Equipamento simples, eficácia comprovada
Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o cinto reduz o risco de morte em até 60% para quem está no banco da frente e em 44% para os passageiros de trás. O uso também evita que ocupantes sejam arremessados para fora do carro em colisões. Um dado crítico reforça a gravidade: quem não usa o cinto no banco traseiro aumenta em cinco vezes o risco de morte de quem viaja no banco dianteiro.
Crianças mais expostas
Os especialistas lembram que a falta de cinto ou cadeirinhas mal instaladas expõe ainda mais as crianças. Mesmo em baixa velocidade, elas podem ser arremessadas contra bancos, painel ou outros passageiros. A recomendação é que o equipamento esteja sempre bem ajustado ao corpo.
O que diz a concessionária
A Arteris afirma que mantém ações educativas e tecnologias de monitoramento em suas rodovias, mas reforça que a decisão final cabe ao motorista e passageiros. “É muito triste saber que ainda temos pessoas que se arriscam nas estradas e desrespeitam essa regra básica e tão fundamental para a segurança”, disse Marcelo Sato Mizusaki, superintendente da empresa.