Itajaí
Paciente com AVC ficou 27 horas sem comer e dois dias no corredor do hospital Marieta
Secretaria de Saúde confirmou que a situação é inaceitável
Guilherme Vasconcelos (sob supervisão) [editores@diarinho.com.br ]

Edna Araújo Pinheiro Toll, de 65 anos, sofreu um AVC e foi encaminhada do CIS (Centro Integrado de Saúde) ao hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí. O marido da paciente denuncia negligência no atendimento prestado por médicos e enfermeiros desde o atendimento na unidade municipal de saúde.
Segundo o relato, Edna ficou no corredor do CIS devido à falta de vaga e, ao ser transferida para o hospital Marieta, teria permanecido 27 horas sem receber alimentação, sem retorno médico ou providência imediata.
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Após receber uma sonda, Edna teve alta por volta das 20h, mas a ambulância para o transporte só chegou no dia seguinte, por volta das 9h da manhã. A paciente foi entregue à família ainda com a roupa do hospital, sem fralda, com o cateter e um abscesso abertos, além da sonda nasal, sangrando.
De acordo com a denúncia, os técnicos do transporte se recusaram a entrar com a maca na residência, alegando protocolo, e a deixaram no portão da casa, mesmo em estado debilitado e sem conseguir se mover.
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“A gente acaba desistindo porque ninguém te dá uma resposta. Tá uma vergonha aquilo ali. É gente jogada nos corredores. É complicado”, desabafou uma familiar.
Segundo a família, a secretária de Saúde foi acionada e informou que o tipo de alta e transporte realizado jamais deveriam ter acontecido da forma como foi feito.
Ainda de acordo com o relato, uma enfermeira do posto chegou a ligar para a família, mas disse que não havia ambulância disponível. No entanto, conforme o depoimento, um responsável da UPA teria informado que os veículos estão parados no bairro Imaruí porque não estão funcionando, sem que haja explicações claras.
O DIARINHO tentou contato com a Secretaria de Saúde e com os responsáveis pela UPA do bairro Cordeiros, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Edna, ao chegar em casa, continuava sem conseguir se alimentar: “Ontem enfiaram a pasta na boca, aí a nutricionista disse que ela já come sozinha. Mandaram ela para casa, mas ela está desde ontem sem comer. Como é que liberam alta médica assim? Complicado, tá complicado.”
A reportagem também tenta contato com o Marieta desde a última terça-feira, mas não teve retorno.
Guilherme Vasconcelos (sob supervisão)
Guilherme Vasconcelos, cursando Jornalismo no 3 º período da Universidade do Vale do Itajaí, com atuação em jornalismo digital