BAFÃO NO INSTA
Casal de Pomerode critica migrantes e Bolsa Família, mas moça recebeu auxílio do governo
Rafael e Jenifer já tinham causado polêmicas em vídeo sobre “como fazer bebê alemão”
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]



O casal de influenciadores catarinenses Rafael e Jenifer Stainzack – polêmicos por vídeos em que defendem na internet uma suposta “superioridade” do povo catarinense – está novamente no centro de críticas. Os influenciadores gravaram vídeo em que dizem que migrantes de outros estados do Brasil que não trabalham ou não façam as “coisas certas” não devem vir para Santa Catarina. No mesmo vídeo, a moça, de Pomerode, critica programas de “assistencialismo estatal” como chama políticas públicas como o Bolsa Família.
A postagem original dela, ao lado do marido, somou mais de 270 mil visualizações no Instagram desde o último dia 10. Nela, o casal rechaça migrantes e os dados do Censo do IBGE que aponta SC como o estado que mais recebeu moradores de fora: “Sinceramente, nem deveriam ter vindo”, diz, em tom revoltado.
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No vídeo recente, a influenciadora de Pomerode viralizou ao criticar a esquerda e se referir a Santa Catarina como o único estado formado por “trabalhadores”, desmerecendo a migração de pessoas supostamente dependentes do “assistencialismo”.
A mesma publicação alega ter sido feita para falar sobre “coisas essenciais” do povo catarinense, que seriam a “rejeição à preguiça” e ao “trabalho mal feito”, “orgulho da ascendência europeia” e conservadorismo – a linha de raciocínio da moça segue a mesma tese de semanas atrás, dita em entrevista pela deputada federal Júlia Zanatta (PL), a qual também enfrenta acusações de xenofobia.
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O marido de Jenifer, o influenciador Rafael Stainzack, declarou não aprovar a migração de pessoas vindas de estados “destruídos pela esquerda”, e o casal desaprova o que chama de “agenda woke, ideologia de gênero e assistencialismo estatal”.
Após a polêmica, internautas pesquisaram e descobriram que Jenifer recebeu R$ 10.425,00 em auxílio emergencial durante maio de 2020 e outubro de 2021, por conta da pandemia da covid-19 – portanto, ela já foi beneficiária de programa assistencial: embolsou 11 parcelas do benefício criado pelo Governo Federal para atender trabalhadores informais durante a pandemia.
Após as críticas recebidas, ela veio às redes para confirmar que realmente recebeu o valor “liberado pelo presidente Bolsonaro”, e confessa que na ocasião havia sido abandonada pelo então marido e vivia um momento difícil. Auxílios do gênero, entretanto, remetem na verdade aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT).
Marido abandonou
“Eu estava totalmente sem dinheiro, tendo dívidas, calote, estava sem trabalho. “Precisei desse auxílio, não tenho vergonha de dizer, graças a Deus foi isso que pagou minha comida”, defendeu-se nos stories do Instagram.
O vídeo causou rejeição entre internautas como Rô Lopes Araújo: “Só para lembrar vocês, o Brasil é dos brasileiros, e como brasileiros moramos em qualquer UF que quisermos”, considerou ela.
Outros defenderam que ela devolva o valor do auxílio emergencial. E Gabriel Hilário lembrou que, ao longo da história, os imigrantes europeus chegaram a Santa Catarina fugindo da fome e receberam terras dos indígenas para trabalhar – ou seja, houve auxílio governamental.
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