A falta de vagas na Escola Municipal Edy Vieira, no bairro Salseiros, em Itajaí, tem feito Camila Martins correr atrás de uma vaga para o filho. Ela tenta a transferência para o período vespertino da quarta série, onde as outras duas filhas, de seis e 12 anos, já estudam.

Na última semana, o Conselho Tutelar deu prazo de 48 horas para a escola liberar uma vaga para a criança.

Camila conta que a menor já ficou sem estudar em 2018, também por falta de vagas, e teme que a situação se repita com o filho.

“Eu não quero que isso aconteça com meu filho. Eu investi em material escolar, investi no melhor para ele, está na quarta série, é inteligente, e isso vai prejudicá-lo muito. Ele vai perder matéria, conteúdo, vai entrar perdido no meio do ano letivo. Isso é um direito dele”, desabafou.

Camila também aponta a dificuldade com a distância de outras unidades escolares pra que matricule o filho numa escola mais longe. “Mesmo que tivesse ônibus para onde ele foi direcionado, o colégio é muito longe, fora do bairro. E se tivesse transporte, ainda assim eu teria que escolher entre acompanhar meu menino de nove anos ou as minhas duas filhas. Elas são crianças, não podem ficar sozinhas no ponto de ônibus. É perigoso. Eu preciso levá-los juntos”, reclamou.

A diretora da escola, Patrícia Matos da Silva, explicou que foi ofertada uma vaga no período matutino, mas a mãe recusou. “A fila de espera tem mais de 10 pessoas. Não podemos passar uma criança na frente das outras. Por exemplo, uma criança do 3º ano, que já estava na fila, conseguiu vaga”, justificou.

Sobre o posicionamento do Conselho Tutelar, Patrícia afirmou que a escola seguiu o procedimento padrão. “Colocamos ele na fila de espera. Atualmente, está em 6º lugar, mas não há o que fazer. Nossas salas são pequenas e a demanda por vagas é muito alta”, concluiu.