Basta caminhar pelas ruas de Balneário Camboriú que já é possível perceber a presença expressiva de turistas argentinos na cidade nesta temporada de verão. A realidade é que o Brasil se tornou mais barato para os “hermanitos”, do que ficar na própria Argentina, por conta da desvalorização do real, segundo o economista Juan Pablo Ronderos, da consultoria MAP Latam.
Na avaliação de Margot Rosenbrock Libório, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em Santa Catarina, o Brasil se tornou muito barato para todos os países do Mercosul. Segundo ...
Na avaliação de Margot Rosenbrock Libório, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em Santa Catarina, o Brasil se tornou muito barato para todos os países do Mercosul. Segundo a hoteleira, turistas da Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai representam a maior parte do movimento observado em Balneário Camboriú.
O especialistas em mercados Felipe Sant’Anna explica que os brasileiros perderam mais poder de compra do que os argentinos, em relação ao dólar, neste ano. No Brasil, a valorização do dólar comercial acumula uma taxa de 28%. Na Argentina, a valorização da moeda americana é de 25%, enquanto a do dólar blue, cotação paralela do câmbio no país, acumula 15% de valorização.
É mais barato vir ao Brasil, do que ficar na Argentina
A comparação trazida pela consultoria Ecosur, publicada pelo La Nacion no dia 13 de dezembro, mostra que o custo para quatro pessoas passarem duas semanas no Rio de Janeiro é quase a metade do valor de Mar del Plata, cidade turística na costa atlântica da Argentina.
Contando com hotel três estrelas, refeições, bebidas e transportes locais, o preço estimado foi de US$ 3194, cerca de R$ 19.734 para a estadia no Rio, enquanto em Mar del Plata, o preço estimado foi de 6671, aproximadamente R$41.217.
Turismo brasileiro sai no lucro
Enquanto as viagens à Argentina devem pesar mais no bolso dos brasileiros, o setor de turismo nacional sai no lucro. Até setembro de 2024, o faturamento anual era de R$16,9 bilhões, um aumento de 4,5% em relação a 2023. Já as receitas somaram cerca de R$ 148,3 bilhões, um recorde nos últimos 13 anos, segundo a avaliação da FecomercioSP.
A expectativa é que as atividades ligadas ao turismo brasileiro movimentem até R$ 157,74 bilhões, entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025. Caso alcançada, a receita se tornará a maior dos últimos 10 anos, segundo o Ministério do Turismo.