A NGI Sul, responsável pelo ferry-boat que faz a ligação entre Itajaí e Navegantes, divulgou uma nota destacando ser a única empresa do setor em Santa Catarina que não conseguiu reajustar as tarifas em quase uma década por falta de autorização. O governo estadual, por meio da secretaria de Infraestrutura, é quem precisa autorizar o aumento nos valores, mas até o fechamento desta reportagem não havia se manifestado sobre o assunto.
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A última revisão tarifária foi em setembro de 2017. Desde então, a inflação acumulada pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas atingiu 84,12%. A defasagem ...
A última revisão tarifária foi em setembro de 2017. Desde então, a inflação acumulada pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas atingiu 84,12%. A defasagem nos valores vem gerando prejuízos operacionais à empresa, que afirma enfrentar aumento nos custos de mão de obra, insumos e óleo diesel marítimo.
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Diante das dificuldades, a NGI Sul avalia medidas para reduzir os impactos financeiros, incluindo a suspensão das operações da balsinha aos domingos, que conecta a Barra do Rio, em Itajaí, ao bairro Machados, em Navegantes. Outra possibilidade é a redução dos horários de funcionamento. A balsinha operaria das 5h às 22h50, enquanto o ferry-boat central, que hoje funciona 24 horas, teria cortes nas travessias noturnas.
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Comparativo com outras travessias
Atualmente, a tarifa para carros no ferry-boat entre Itajaí e Navegantes é de R$ 9,05. Em Laguna, após um recente reajuste, o valor subiu para R$ 24. Motos pagam R$ 2,30 no vale do Itajaí, enquanto no sul do estado o custo é de R$ 4,25. Já no ferry-boat entre Joinville e São Francisco do Sul, as tarifas são de R$ 25 para automóveis e R$ 5,55 para motocicletas, com o último reajuste em novembro deste ano.
O que diz o governo
A secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, responsável por aprovar os reajustes tarifários, informou que o setor jurídico está analisando o caso. A NGI Sul opera desde 1985 por meio de uma autorização e o estado pretende licitar o serviço, mas o edital ainda não foi concluído. “Com ou sem licitação, o fato é que o serviço é ofertado à comunidade, os custos aumentaram e o reajuste não ocorre”, afirmou Paulo Henrique Weidle, diretor da NGI Sul.
NGI Sul no vermelho
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Além da ausência de reajustes, a empresa precisa arcar com as gratuidades garantidas por lei estadual para pessoas com deficiência, autistas e pacientes em tratamento quimioterápico ou renal. Segundo a empresa, a dívida do governo com essas gratuidades já ultrapassa R$ 4 milhões.
Mesmo enfrentando adversidades, a NGI Sul continua como uma das principais empregadoras do setor náutico na região, com mais de 250 funcionários diretos e outros 300 empregos indiretos.