DISPUTA EM FAMÍLIA
Filho 03 de Bolsonaro diz que pode ser “plano B” pra presidente, mas pai nega
Após fala de Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro disse ser o “plano A, B e C” pra 2026
João Batista [editores@diarinho.com.br]
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarou na quarta-feira que pode ser candidato a presidente em 2026, como “plano B” para a disputa. Segundo ele, o pai, inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segue como o “plano A” do partido.
Após a declaração, Jair Bolsonaro disse em entrevista na sexta-feira que não tem substituto, afirmando que ele é o “plano A, B e C” para as eleições de 2026. “Enquanto eu não morrer, física e politicamente, sou eu mesmo. O plano A sou eu, o plano B sou eu também, e o plano C sou eu. A não ser depois da minha morte física ou política em definitivo que eu vou pensar num possível nome”, disse.
A afirmação colocou em xeque a própria pretensão do filho. Na quarta-feira, Eduardo Bolsonaro deixou o nome à disposição como alternativa ao impedimento do pai. A declaração foi durante a Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac), na Argentina. Ele ressaltou, porém, que não é o pré-candidato pra presidência e que Jair Bolsonaro é o “plano A”.
Mesmo inelegível, o ex-presidente se coloca como concorrente em 2026, apostando numa eventual anistia, medida defendida por bolsonaristas, mas que perdeu força no Congresso Nacional. Bolsonaro soma três condenações pela justiça eleitoral, com duas penas que o tornaram inelegível até 2030, uma pelos ataques às urnas eletrônicas e outra por abuso político nos atos no feriado de 7 de setembro em 2022.
Bolsonaro responde a inquéritos da PF
Bolsonaro ainda responde a outros processos, entre eles o inquérito da Polícia Federal que o indiciou por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em trama com plano de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ele ainda responde por fraude no cartão de vacinas e no caso das joias sauditas. No Congresso, o projeto pra anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e que poderia beneficiar Bolsonaro está parado e ganhou movimento pra ser arquivado após os ataques com bombas ao Supremo Tribunal Federal (STF). O episódio terminou com a morte de Francisco Vanderley Luiz, autor do atentado, de Rio do Sul.