Uma professora da rede municipal de ensino de Itajaí está sendo investigada por suspeita de amarrar uma criança autista, de três anos, no Centro de Educação Infantil Professora Ermelinda Potter Custódio, na rua José Domingos Mafra, no bairro Cidade Nova, em Itajaí. A educadora já foi afastada da instituição para apuração da denúncia, e na semana passada a Guarda Municipal precisou escoltá-la para fora da escola, evitando que fosse agredida por pais.
As denúncias de maus-tratos surgiram no início de agosto, quando os pais da criança descobriram que o filho teria sido amarrado pela professora. O menino, que tem dificuldade de fala, ...
As denúncias de maus-tratos surgiram no início de agosto, quando os pais da criança descobriram que o filho teria sido amarrado pela professora. O menino, que tem dificuldade de fala, não conseguiu relatar a agressão diretamente, e a denúncia chegou à família por meio de um ex-funcionário da creche, que encontrou o pai em um supermercado.
De acordo com os relatos, a criança teria sido amarrada a uma cadeira com um pedaço de pano. Não foram encontradas marcas no corpo do menino, e, devido à dificuldade em se expressar verbalmente, ele não relatou o ocorrido. Haveria inclusive filmagens dos maus tratos.
A família registrou um boletim de ocorrência no dia 26 de agosto e também denunciou o caso ao Conselho Tutelar. A Delegacia de Proteção à Mulher, Criança e Adolescente abriu inquérito para investigar, sem divulgar maiores detalhes porque o caso corre em segredo de justiça. A secretaria de Educação de Itajaí também instaurou um processo administrativo para apurar a denúncia de maus-tratos e afastou a professora no dia 2 de agosto.
Na quarta-feira da semana passada, a professora, sem saber que o afastamento tinha terminado, mas havia sido prorrogado pela Educação, retornou à creche para trabalhar. Alguns pais ficaram esperando a mulher em frente à escola e começaram a insultá-la. A Guarda Municipal foi acionada e fez a escolta da professora até seu carro para que ela não fosse agredida.
A secretaria de Educação decidiu que a professora seguirá afastada até o fim das apurações. A prefeitura informou ainda que está prestando apoio à família. A criança continua frequentando a creche, mas foi transferida para outra sala.
“Sobre o fato de a professora ter sido escoltada na saída, a secretaria de Educação informa que a servidora não atendeu a ligação em que seria informada sobre a prorrogação da sua suspensão e retornou ao CEI. Porém não chegou a lecionar. Continua afastada e assim permanecerá até o final do processo”, disse a nota da Educação. Durante o processo, que ainda está em andamento, estão sendo ouvidas testemunhas para o esclarecimento do caso.