Mais casos
Itapema também suspende aulas por surto de sarna
Escolinha Clube do Mickey está há dois dias sem aulas
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]
O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Clube do Mickey, de Itapema, não teve aula na quinta e nem terá na sexta-feira. Em comunicado enviado aos pais e responsáveis, a Secretaria de Educação de Itapema informou que há três casos de sarna humana. Há ainda outros três suspeitos – todos de alunos.
A prefeitura de Itapema informou que já foi feita a sanitização no local e que as aulas retornam na segunda-feira. No comunicado, a Secretaria de Educação também instruiu aos responsáveis sobre os cuidados necessários:
- Procurar imediatamente uma Unidade de Saúde.
- Fazer uso de medicações prescritas por médico.
- Isolar roupas e lavar roupas separadamente.
O que é
A escabiose é provocada pelo ácaro parasita Sarcoptes Scabiei e causa lesões na pele que levam à coceira nos dedos e palma das mãos, punhos, mamilos, coxas e genitais, mas podendo ser generalizada. A doença é contagiosa e transmitida por meio do contato com a pessoa infectada, roupas ou objetos.
BC também
Balneário Camboriú também declarou guerra contra a sarna. A cidade, nesta semana, chegou a 44 casos da doença. Duas creches tiveram as aulas suspensas: o Núcleo de Educação Infantil (NEI) Rio das Ostras, no São Judas Tadeu, e o NEI Sementes do Amanhã, no bairro dos Municípios.
Ivermectina pode criar “super-resistência” à sarna humana?
Os casos de sarna humana estão sendo relacionados ao uso abusivo de ivermectina, remédio contra vermes e parasitas que fez parte do “kit covid”, mesmo sem qualquer eficácia científica comprovada contra o coronavírus.
A relação entre o abuso de ivermectina e surtos de sarna já foi estudada em 2021, apontando para o desenvolvimento de uma “super-resistência” do ácaro responsável pela sarna a partir do uso excessivo do remédio.
A médica infectologista Rosalie Knoll comentou ao DIARINHO que pode haver resistência do parasita responsável pela sarna com o uso do remédio, mas ressalta que seria preciso fazer testes pra verificar a situação.
Mesmo já passada a pandemia, quando a ivermectina se popularizou e foi usada por conta própria pelas pessoas, com indicação do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o tempo não seria fator de influência. “O tempo não é importante numa resistência a medicamento, mas sim o uso abusivo. O mesmo pode ser pensado para a azitromicina, que foi usada como água”, comentou Rosalie com o DIARINHO, lembrando outro remédio do “kit covid”.