BALNEÁRIO CAMBORIÚ
Bailarinas desistem de ação contra influencer
Solidariedade do público fez bailarinas do circo do Marcos Frota desistirem de processo
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Após a repercussão do caso das bailarinas do Mirage Circus, em Balneário Camboriú, que foram alvo de informações falsas de uma influencer, as artistas optaram em não seguir com a ação por difamação e danos morais contra a espectadora. Na sexta-feira passada, a influencer postou que as bailarinas usavam figurinos sensuais e se apresentavam “peladas”. As artistas se sentiram ofendidas e anunciaram que abririam um processo.
A desistência da ação foi informada em comunicado nessa terça-feira. A medida levou em conta as mensagens de carinho e apoio que as bailarinas receberam após o caso repercutir. “Decidimos deixar essa história para trás. O amor que recebemos do público foi tão significativo que já foi suficiente para nos fazer compreender que, infelizmente, essas pessoas existem e continuarão a existir”, comentou a trapezista Nicole Ester.
“Precisamos nos adaptar à realidade que a internet introduziu em nossas vidas: pessoas determinadas a criticar tudo e todos, tentando assim curar suas próprias frustrações”, completou. A decisão também considerou que o melhor é focar na positividade e nos elogios do público que reconheceu a arte e a expressão feminina no circo do que nas críticas.
Em nota, a direção do circo ressaltou que o episódio que gerou revolta das artistas não se resumiu a um mero comentário negativo, opinião ou descontentamento com os trajes apresentados.
“Representou uma agressão infundada, uma declaração falsa, uma distorção grotesca do que foi, de fato, presenciado pela espectadora. Tal acontecimento atingiu gravemente a honra e a reputação de nossas mulheres, que, além de artistas, são esposas, mães, filhas, donas de casa como tantas outras, e merecem respeito incondicional”, destacou.
A bailarina Tereza Haiane relatou que mesmo pessoas que demonstraram apoio argumentaram que não se poderia mais dar uma opinião sem enfrentar contestação. “No entanto, isso distorce a realidade. Opinar é uma coisa; mentir e atacar nosso trabalho com falsidades não constitui uma expressão de opinião”, frisou. A direção do circo teve o mesmo entendimento.
“Este caso específico ultrapassou os limites de um simples feedback negativo, apresentando-se como uma alegação falsa e maliciosa, que leva as pessoas a acreditar que nosso circo é inadequado para famílias, alegando a presença de figurinos de teor pornográfico em nossas apresentações”, esclareceu.