Um caso de racismo acabou levando a Polícia Militar para dentro do cinema do Balneário Shopping, em Balneário Camboriú, na noite de quarta-feira, onde a acusada – que seria uma turista gaúcha – acabou detida.
A injúria envolveu o percussionista L. J. S., de 30 anos, e sua amiga, M. D. S. M., de 41, que iriam assistir a cinebiografia de Bob Marley. Segundo o músico, uma das espectadoras do filme ...
A injúria envolveu o percussionista L. J. S., de 30 anos, e sua amiga, M. D. S. M., de 41, que iriam assistir a cinebiografia de Bob Marley. Segundo o músico, uma das espectadoras do filme, B. L. C. A., de 28 anos, lhe abordou se mostrando “impressionada” com o fato de “haver mais negros no cinema” do que em anos anteriores.
“Ela e um homem nos abordaram, e olhando fixo para mim, ela disse achar engraçado que antigamente não tinha muitos pretos dentro do cinema. Eu perguntei se ela estava ciente do que falava, e ela falou que sim, que realmente tem muito ‘nego’ dentro do cinema. Nesse momento, outras pessoas também não gostaram da fala”, narrou J. ao DIARINHO.
A situação acabou se agravando dentro da sala, e L. e M. sequer conseguiram assistir ao filme. A situação, segundo o músico, foi acompanhada por testemunhas, e um casal próximo também se revoltou com as falas da mulher.
O chefe da segurança do shopping acionou a PM. “Ela alegou que não falou em tom racista. Nós já estamos cansados desse tipo de racismo, desse momento triste”, desabafou.
L. disse a mulher que ela não poderia falar o que falou, pois dá a impressão de que “cinema não seria para negros, e sim para brancos”, mas ela seguiu insistindo na fala. A acusada ficou horas detida na delegacia até a chegada de um advogado.
O companheiro dela chegou a chorar e pediu para L. retirar a queixa, mas o músico levará o caso até o fim. L. e sua amiga registraram o BO.
Solidariedade
Segundo o percussionista, ainda dentro do cinema os PMs foram solícitos, assim como os seguranças do Balneário Shopping. “Fomos ver o filme do Bob Marley, que pregava a paz. Nós também fazemos música para superação dos preconceitos, e estávamos em silêncio na sala. Foi ela que me chamou e apontou diretamente para mim”, completa. A administração do shopping repassou a L. e D. quatro ingressos para que eles possam assistir o filme em outro momento, e manifestou “solidariedade” diante do fato, segundo L.