Matérias | Geral


PL DO VENENO

Senado aprova projeto que facilita liberação de agrotóxicos

Os três senadores de Santa Catarina foram favoráveis à proposta

João Batista [editores@diarinho.com.br]

Proposta tramitava há mais de duas décadas no Congresso; agora texto foi para sanção do presidente Lula (Foto: Arquivo/EBC)

Com voto favorável dos três senadores catarinenses, o Senado aprovou na terça-feira o projeto que facilita o registro e venda de agrotóxicos no país. A proposta em trâmite há mais de 20 anos no Congresso já tinha texto aprovado pelos senadores, mas eles voltaram a analisar o tema após alterações na Câmara dos Deputados. O novo texto segue pra sanção ou veto do presidente da República.

Chamado de “PL do Veneno” pelos críticos, o projeto cria um marco legal para a produção, venda e uso de agrotóxicos. O relator da proposta, o senador Fabiano Contarato (PT-ES), manteve no Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa a tarefa de conceder o registro e fazer as análises de risco. Ele discutiu com ruralistas e ambientalistas a necessidade de atualização das regras e rejeitou mudanças consideradas polêmicas.

Votação simbólica

 

Já possui cadastro? Faça seu login aqui.

OU

Quer continuar lendo essa e outras notícias na faixa?
Faça seu cadastro agora mesmo e tenha acesso a
10 notícias gratuitas por mês.

Cadastre-se aqui



Bora ler todas as notícias e ainda compartilhar
as melhores matérias com sua família e amigos?

Assine agora mesmo!


Chamado de “PL do Veneno” pelos críticos, o projeto cria um marco legal para a produção, venda e uso de agrotóxicos. O relator da proposta, o senador Fabiano Contarato (PT-ES), manteve no Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa a tarefa de conceder o registro e fazer as análises de risco. Ele discutiu com ruralistas e ambientalistas a necessidade de atualização das regras e rejeitou mudanças consideradas polêmicas.

Votação simbólica



A votação em plenário foi simbólica, quando não há registro individual de voto. Os senadores de Santa Catarina, Jorge Seif Jr. (PL), Ivete da Silveira (MDB) e Esperidião Amin (PP) foram a favor da proposta.

Com as novas normas, caberá ao Ministério da Agricultura registrar os agrotóxicos no país. O Ministério do Meio Ambiente será responsável por coordenar os registros de produtos de controle ambiental. Já a pasta da Saúde irá apoiar tecnicamente os processos. Na primeira versão do texto, o poder decisório ficava restrito à Agricultura.

O projeto traz pena de três a nove anos de prisão para quem produzir, armazenar, transportar, importar, usar ou vender pesticidas não autorizados. O novo texto aumenta os valores das multas em caso de desrespeito à lei. O máximo, que era de R$ 20 mil, terá faixas de R$ 2 mil até R$ 2 milhões.


 

Flexibilização de regras

Senador Fabiano Contarato, relator do projeto, manteve no Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa a tarefa de conceder o registro e fazer as análises de risco (foto: Jefferson RudyAgência Senado)
Senador Fabiano Contarato, relator do projeto, manteve no Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa a tarefa de conceder o registro e fazer as análises de risco (foto: Jefferson RudyAgência Senado)

 

O projeto de lei é substitutivo de uma proposta de 1999 apresentada pelo então senador Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura. A atual Lei dos Agrotóxicos (70.802/1989) será quase totalmente revogada com o novo texto, restando apenas alguns tópicos.

Segundo o relator, o projeto atende à atualização das regras diante do desenvolvimento técnico e científico desde a última lei. “O regramento atual tem mais de 30 anos e, nesse período, a economia, o setor agropecuário e a ciência evoluíram de forma significativa”, ressalta Fabiano Contarato.


O tema foi alvo de divergências entre ruralistas e ambientalistas durante a tramitação. Para os ambientalistas, o projeto flexibiliza a liberação dos produtos, colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente. Para os ruralistas, a proposta moderniza a legislação com base em práticas internacionais.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, avalia que o marco vai fazer com que os agricultores brasileiros tenham acesso a agrotóxicos de ponta, que beneficiam a produção e o consumidor.

Entre as alterações no texto aprovado está a retirada da expressão “risco inaceitável” como critério pra proibição de registro de agrotóxicos perigosos para a saúde humana e o meio ambiente. Para Contarato, o conceito não era claro e poderia trazer insegurança jurídica no processo de liberação.

Na avaliação do relator, a mudança não trará prejuízos à nova lei, uma vez que o projeto traz, em outro trecho, que será proibido o registro de agrotóxicos ou produtos de controle ambiental quando permanecerem inseguros, mesmo sob gestão de risco.


 

Retrocesso na legislação, avalia pesquisadora

Especialista defende medidas que priorizem a saúde, a preservação dos recursos naturais e a soberania alimentar do Brasil (foto: Arquivo/Fabrício Pitella)
Especialista defende medidas que priorizem a saúde, a preservação dos recursos naturais e a soberania alimentar do Brasil (foto: Arquivo/Fabrício Pitella)

 

A professora da Univali e da Unisul, Márcia Gilmara Marian Vieira, doutora em Química e pós-doutora em Agricultura Sustentável, vê a aprovação como retrocesso. “Sempre defendo e trabalho com projetos relacionados à agricultura sustentável. Já estamos há muito tempo sendo o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Isso não é justificado porque os dados científicos provam que a produção não segue a mesma proporção”, comentou.

Segundo dados do Ministério da Agricultura em maio, o Brasil tem 3162 agrotóxicos registrados. Estudo mostra que entre 2013 e 2021, o uso dos produtos aumentaram em 45%, quase 2,5 vezes mais do que as áreas de cultivo. A pesquisadora destaca que a aplicação dos agrotóxicos não prioriza a produção de alimentos e, sim, de commodities voltadas à exportação.

Cerca de 80% dos pesticidas são usados em quatro culturas: soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, sendo que a maioria da soja e milho produzidos no Brasil é pra alimentação de animais. “O Brasil precisa de medidas que priorizem a saúde humana, a preservação dos recursos naturais e a soberania alimentar, contrapondo as influências retrógradas que resultaram na aprovação do Pacote do Veneno”, defende Márcia. Ela também defendeu o veto integral ao projeto, apontando riscos à saúde pública e à biodiversidade.


A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos, movimento nacional que reúne ONGs, associações, sindicatos, cooperativas e diversos grupos sociais, avalia que o novo texto conseguiu reduzir alguns danos, mas manteve a ideia central do projeto, de facilitar ainda mais a liberação de agrotóxicos e dificultar uma transição agroecológica.

“O Brasil perdeu com isso a oportunidade de aperfeiçoar seu marco legal sobre agrotóxicos, apontando para o futuro de uma agricultura sustentável, e optou pelo retrocesso de uma lei que deixa inclusive brechas para o registro de agrotóxicos cancerígenos”, disse em manifestação, também cobrando o veto à proposta.




Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.


Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






3.21.162.87

Últimas notícias

indústria nacional

Dunlop lança novo pneu para picapes fabricado no Brasil

Brusque

Definidos os confrontos de quartas de final do Amador

ITAJAÍ

Médico acusado de tentar matar morador de Cabeçudas já foi condenado a mais de 50 anos de prisão

Mês de conscientização

Balneário Shopping encerra a programação de conscientização sobre o autismo

Liga dos Campeões

Borussia Dortmund vence o PSG pela semifinal

ITAJAÍ

Obras do binário da Marcos Konder iniciam semana que vem e podem condenar 90 árvores da avenida

Futebol

Brusque perde para o Atlético-GO pela Copa do Brasil

Barra Velha

Manifestação na BR 101: Moradores denunciam prejuízos e riscos causados por buraqueira

Itajaí

Morador de Cabeçudas quase é assassinado por médico em crime misterioso

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Construsul foi um sucesso e organização já confirma nova edição em 2025



Colunistas

Foto do Dia

Feriado ensolarado

Coluna Esplanada

Negócios bélicos

Gente & Notícia

Chico da FG é o aniversariante do mês

JotaCê

Melhor amigo de Robson apoia Osmar

Via Streaming

“Todos Nós Desconhecidos”

Show de Bola

Estreia decepcionante

Direito na mão

3 estratégias para acelerar a aposentadoria

Coluna Exitus na Política

Liberdade e consequência

Na Rede

Site de relacionamento sugar, surra de muletas e "Joãoviller": confira o que bombou nas redes do DIARINHO

Coluna do Ton

DJ Scheila confirmada na festa do Pinhão

Mundo Corporativo

Quando o menos é mais

Histórias que eu conto

Domício Duarte

Ideal Mente

Time’s Up

Jackie Rosa

Vida em Canto Grande

Coluna Fato&Comentário

Coleção bicentenário: a construção da Matriz

Coluna Existir e Resistir

Bloquinho do Sebastião Lucas resgatando e revivendo os saudosos carnavais

Empreender

Balneário Camboriú atrai cada vez mais clientes do eixo sudeste

Artigos

Aniversário da praça dos Correios



TV DIARINHO


O Balneário Shopping encerrou o mês de conscientização sobre o autismo com um evento marcante, onde ...





Especiais

ENTREVISTA

Elon Musk está engajado com extrema direita, diz advogada e ativista de direitos digitais

IMUNIZAÇÃO

SC aguarda mais remessas da vacina para atender todas as regiões

DENGUE

Para entender os mitos e verdades sobre a doença

DENGUE

“Foi uma das piores doenças da minha vida”: relatos de como a dengue é devastadora

ALERTA

SC passa de 120 mortes por dengue



Blogs

A bordo do esporte

YCSA sedia Taça dos Lagos em maio

Blog do JC

Missão:? Atrapalhar...

Blog da Jackie

Diária free

Blog da Ale Francoise

Sintomas de Dengue hemorrágica

Blog do Ton

Amitti Móveis inaugura loja em Balneário Camboriú

Gente & Notícia

Warung reabre famoso pistão, destruído por incêndio, com Vintage Culture em março

Blog Doutor Multas

Como parcelar o IPVA de forma rápida e segura

Blog Clique Diário

Pirâmides Sagradas - Grão Pará SC I

Bastidores

Grupo Risco circula repertório pelo interior do Estado



Entrevistão

Entrevistão Peeter Grando

“Balneário Camboriú não precisa de ruptura, mas de uma continuidade”

Juliana Pavan

"Ter o sobrenome Pavan traz uma responsabilidade muito grande”

Entrevistão Ana Paula Lima

"O presidente Lula vem quando atracar o primeiro navio no porto”

Carlos Chiodini

"Independentemente de governo, de ideologia política, nós temos que colocar o porto para funcionar”



Hoje nas bancas


Folheie o jornal aqui ❯








MAILING LIST

Cadastre-se aqui para receber notícias do DIARINHO por e-mail

Jornal Diarinho© 2024 - Todos os direitos reservados.
Mantido por Hoje.App Marketing e Inovação