A região da Amfri terá uma nova praia alargada no ano que vem. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) liberou a Licença Ambiental Prévia (LAP) para a obra de engordamento da faixa de areia da praia do Gravatá, em Navegantes. O projeto vinha sendo discutido desde 2021 como medida pra resolver a questão das ressacas e erosão costeira.
Segundo o Instituto Ambiental de Navegantes (IAN), a licença prévia é um passo importante para o processo da alimentação artificial da praia avançar. A próxima etapa que será tocada pela prefeitura é o lançamento da licitação, com previsão de ser concluída em três meses. Em paralelo, será finalizado o licenciamento que autoriza o início das obras.
O cronograma prevê um mês na mobilização de equipamentos e mais três meses para o engordamento da praia. A prefeitura espera começar os trabalhos até abril de 2024, depois da temporada de verão. O projeto tem custo de aproximadamente R$ 27 milhões. A prefeitura informou que já pediu a liberação de um financiamento que vai ajudar a pagar a conta. 

A obra 

Serão utilizados 420 mil m³ de areia, numa extensão de 2,3 mil metros, entre o molhe até cerca de 100 metros ao norte da foz do Ribeirão das Pedras, no limite do bairro Gravatá com a Meia Praia. 
A obra vai aumentar a faixa de areia entre 50 e 70 metros. A areia do alargamento virá de uma jazida a 12 quilômetros da costa e 23 metros de profundidade.
De acordo com o IAN, o projeto tem objetivo de proteger a praia e benfeitorias públicas contra a ação das marés e eventos climáticos extremos. O alargamento ainda permitirá criar espaços de lazer para moradores e turistas, potencializando o turismo, e recuperar a vegetação de restinga.

BC e Piçarras foram pioneiras na região

Com a obra em Navegantes, Santa Catarina vai ampliar a lista de praias que já foram alargadas artificialmente. Na região, a megaobra na praia Central de Balneário Camboriú, entregue em 2021, ganhou destaque internacional. Em Florianópolis, a praia dos Ingleses teve o alargamento concluído em março. Antes, em 2020, foi Canasvieiras quem ampliou a faixa de areia em 50 metros. Outros projetos estão em andamento no estado.
Em Balneário Piçarras, a prefeitura tem edital para alargar a praia Central num trecho de dois quilômetros. A medida quer recuperar o engordamento já feito outras três vezes, entre 1998 e 2012. Ao longo dos anos, a erosão marítima vem “comendo” a faixa de areia. Em Jurerê Internacional, o início da obra, em 3,3 quilômetros da praia, aguarda autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em Itapoá, há proposta em discussão pra recuperação das praias da Figueira do Pontal e do balneário Princesa do Mar. O engordamento, ainda sem prazo pra obras, prevê usar material da dragagem do canal portuário da baía da Babitonga.

"O alargamento é uma obra aguardada  para amenizar os prejuízos causados pelas ressacas, garantir a recuperação desse ambiente degradado e possibilitar o reaparecimento da faixa de areia"

Marcos Zaleski de Matos - superintendente do IAN