O Perequê faz limite com Itapema pela Meia Praia e tem virado um “canteiro de obras” ao ar livre, com diversos prédios em construção. O valor do metrô quadrado no bairro, em torno de R$ 11.042, já rivaliza com o da cidade vizinha, com média de R$ 11.946, conforme o índice FipeZap de setembro. Há 10 anos, o preço do metrô quadrado variava de R$ 1,8 a R$ 3,2 mil. Hoje, fica entre R$ 8 mil e R$ 25 mil.
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O corretor de imóveis Eduardo Godinho comenta que os valores já estão muitos próximos a Itapema, principalmente os imóveis com vista permanente para o mar. Hoje, um apartamento frente mar em Itapema se acha por R$ 6 milhões, enquanto no Perequê, é anunciada a faixa de R$ 4 milhões, pronto para morar.
“No mercado imobiliário, o que mais se ganha dinheiro é na compra na planta, que está tendo uma valorização acima do esperado. São números que superam os 25% ao ano”, conta Eduardo. Segundo destaque, a tendência é aumentar, pois a cidade está em pleno crescimento, principalmente nos bairros mais próximos a Itapema, entre Perequê, Alto Perequê e Jardim Dourado.
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“Os olhos dos investidores são totalmente voltados para o Balneário Perequê, que é uma extensão da Meia Praia [em Itapema]. Tudo está 'acontecendo' da ponte que divide os dois municípios pra cá, muito devido às obras já iniciadas dos molhes do rio Perequê, que será um marco pra cidade e para o Balneário Perequê”, analisa.
Eduardo observa que a chegada de novos comércios, pavimentação de ruas, limpeza da praia e fluidez no trânsito também são fatores que colaboram para o mercado imobiliário. Para as construtoras, a maior disponibilidade de terrenos na cidade é um dos diferenciais, mas quem tem áreas pra negociar também coloca os preços nas alturas.
O corretor, que é especialista em permutas, afirma que os terrenos viraram “ouro”. Uma casa velha de madeira a 450 metros do mar pode custar R$ 2,5 milhões, pela demanda por áreas para novos empreendimentos. “Quem vende, quer um absurdo. A maioria é permutada com as construtoras e [os donos] estão recebendo, em média, três apartamentos por terreno”, relata.
Há 10 anos, não era assim. Uma casa a 400 metros do mar, tinha o metro quadrado avaliado em R$ 2,7 mil, incluindo a área do terreno. Atualmente, o metrô quadrado de um apartamento de bom padrão na mesma localização está na casa de R$ 12 mil, representando uma valorização de quase 345%.
R$ 3,7 bilhões em investimentos

Conforme levantamento da Brain Inteligência Estratégica encomendado pela WSelent Empreendimentos, Porto Belo teve mais de R$ 3,7 bilhões em investimentos imobiliários em 2022. Para a vice-presidente da WSelent, Pâmela Selent, o resultado mostra que a cidade já está se transformando em um polo imobiliário da região.
Conforme analisa, o desenvolvimento turístico é uma das características que tem motivado os investimentos. A cidade considerada Capital Catarinense dos Transatlânticos também se tornou um importante destino náutico do Brasil.
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“Além disso, Porto Belo oferece excelente qualidade de vida e está a poucos quilômetros de Itapema e de Balneário Camboriú, que estão no topo do ranking de valorização imobiliária, e a cerca de uma hora da Capital”, observa Pâmela.
Para o Perequê, que está na preferência dos investimentos, a empresária destaca que o balneário deve ser tornar uma referência internacional com a implantação do Masterplan. O projeto prevê revitalização urbana, construção de marinas e criação de parques lineares na orla, impulsionando ainda mais o desenvolvimento do bairro.
Em Porto Belo, a empresa está construindo um dos maiores home clubes da região, com mais de 4 mil metros quadrados de área de lazer, incluindo três pistas de boliche. Os apartamentos do Porto Bello Home Club têm preço médio de R$ 1,4 milhão, com mais da metade já vendida. Desde o lançamento em 2019, o empreendimento teve uma valorização média de 35%.
Balneário Camboriú tem o m2 mais caro; Itapema com maior valorização

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A cidade de Balneário Camboriú continua com o m2 mais caro do Brasil, mas tem sido superada por Itapema na variação de preço dos imóveis. Conforme o Índice FipeZap de setembro, a cidade da Costa Esmeralda alcançou 14,24% de valorização dos imóveis no ano, contra 9,47% do BC.
O percentual de crescimento de Itapema foi o segundo maior entre 50 cidades pesquisadas, perdendo apenas para São José (SC), que teve alta de 15,98% no ano. Na variação acumulada em 12 meses, entre setembro de 2022 e setembro de 2023, a alta foi de 19,99% em Itapema. Já Balneário registrou 16,66%.
Com a valorização, Itapema, que já ocupa o 2º lugar no ranking de preço do metrô quadrado, reduz a diferença para o líder BC. A pesquisa mostra que Balneário chegou ao preço médio de R$ 12.470, seguido de perto por Itapema, com média de R$ 11.946. O levantamento se refere ao preço de venda de imóveis residenciais.
“Temos ficado à frente das cidades brasileiras demais no acumulado dos últimos 12 meses, o que tem nos impulsionado neste ranking nacional”, comenta Rodrigo Passos Silva, presidente do Sinduscon da Costa Esmeralda.
E quem pega “carona” nessa valorização é a vizinha Porto Belo. Segundo Rodrigo, é “muito provável” que uma cidade se aproxime de Itapema em valorização do metrô quadrado nos próximos anos.
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O presidente do sindicato confirma que no Balneário Perequê é onde mais se verifica a expansão imobiliária, por ter um Plano Diretor mais atualizado e um potencial construtivo maior. “Então, é possível, sim, que uma cidade se aproxime - em taxa de valorização e em preço do metro quadrado – das demais cidades que hoje ocupam o ranking das mais valorizadas do Brasil”, completa.
O protagonismo de Porto Belo na Costa Esmeralda também pode ser avaliado pela chegada de novas empresas. A cidade está com cerca de 200 construtoras, muitas chegadas de outras cidades e até de outros estados.
Mais liberações que BC

Segundo dados da Secretaria de Planejamento de Itapema, de 2020 até julho de 2023, foram liberados 566 alvarás de construção residencial e comercial, sendo 195 para construção de prédios. O total equivale a mais de 2,1 milhões de m² de área construída, numa média de 730 mil m² por ano, maior que a vizinha Balneário Camboriú, que liberou 563,5 m² em 2022.
Entre os novos prédios, a cidade terá alguns dos empreendimentos mais modernos e sustentáveis do país, e já tem anúncios dos primeiros home club, projetos que unem moradia, lazer e serviços. Pelo novo Plano Diretor, revisado em 2020, foi aprimorado o potencial construtivo e aprimorado mecanismos para melhorar a infraestrutura da cidade por parcerias público-privadas.
As diretrizes visam o crescimento equilibrado, com maior adensamento e desenvolvimento urbanístico. Em bairros como o Perequê, a legislação permite apenas apartamentos com mais de 80 m². A criação de uma zona turística especial prevê estimular o potencial da cidade para atividades náuticas, marinas, hotéis e restaurantes, entre outros serviços.