ITAJAÍ
Abrigo de São Cristóvão está prestes a chegar à lotação máxima
Tarde de domingo é movimentada pela chegada de novos desabrigados
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]











O abrigo montado na igreja de São Cristóvão, no bairro Cordeiros, em Itajaí, está praticamente lotado. Até por volta das 15h de domingo já havia 142 pessoas no local, com intenso movimento de novos desabrigados, principalmente da região da Murta e Cordeiros.
A previsão era que o espaço atingisse a lotação de até 200 lugares ainda nesta tarde. As pessoas que chegam passam por triagem, onde informam nomes, idades, local onde residem e relatam se necessitam de roupas, colchões, medicações.
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Um dos primeiros moradores a chegar foi o seu Erick Galicia, de 105 anos. Ele nasceu na Alemanha, mas mora no Brasil desde os dois anos de idade e há 60 anos vive em Itajaí.
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Erick reside em uma das ruas atrás da empresa GDC e chegou só com a roupa do corpo e alguns pertences. “Não consegui levantar nada. O que eu trouxe está aqui [apontando para sacos atrás dele]”, explica. Erick veio para o abrigo com a noiva.
Essa é terceira inundação que ele enfrenta na cidade. A primeira enchente foi no início do ano de 1980, quando ele era guarda patrimonial na gestão do então prefeito Arnaldo Schmitt (MDB), mas ele narra que a pior cheia foi a de 2008. “A enchente de 2008 foi brava. A gente não tem palavras para isso...”, se recorda.
Seu Erick se tornou amigo de Paulo Pereira da Silva, de 58 anos, que veio da rua Abílio Correia de Mello, da parte baixa de Cordeiros, também já tomada pelas águas. “Três vezes que já pego enchente... A de 2008 foi a pior que deu. Eu vim com a minha irmã, que está aqui também, nos moramos um de frente para o outro. Deu para salvar alguns móveis, mas o material molha e não fica a mesma coisa, já estraga”, conta.
A coordenadora do abrigo lembra que ao chegar ao espaço, além de passar pelo cadastro, o morador recebe roupas e colchão. Os moradores fazem refeições no espaço e as crianças tem espaço para brincar.
Na tarde domingo, pelo grande número de pessoas que estavam no local, já faltavam colchões, que ainda estavam em deslocamento para o abrigo. Quem faz o leva e traz é um caminhão da prefeitura.
A coordenadora do espaço explica que doações como roupas de cama, mesa e banho, além de colchões, são bem-vindos.
Há mais abrigos em funcionamento no Salão Paroquial da Igreja São Vicente de Paulo, no São Vicente e no Centro Municipal de Educação Alternativa de Itajaí (CEMESPI), no São João, que possui acessibilidade para receber pessoas com deficiência.
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