Na variação dos últimos 12 meses, Itapema acumula alta de 20,21%, entre julho de 2022 e julho de 2023, chegando perto do índice de 21,27% de Balneário. O resultado mostra um crescimento vertiginoso na cidade nos últimos três anos, considerando que, em julho de 2020, Itapema apresentava variação anual de 1,21%.
A oscilação no mês passado foi de 1,6% em Itapema, acima da alta de BC (0,32%) e também da de Itajaí (1,52%), cidade que teve a segunda melhor variação na região em 2023, até julho (9,19%). São José, na Grande Florianópolis, teve a maior variação mensal na pesquisa, com índice de 1,89%, crescendo num ritmo parecido com Itapema.
Balneário Camboriú segue liderando a valorização imobiliária no país, com preço médio de R$ 12.335, seguida de Itapema, com valor de R$ 12.335 por metro quadrado. Vitória (R$ 10.549), São Paulo (R$ 10.483), Floripa (R$ 10.313) e Itajaí (R$ 10.106), completam os primeiros colocados entre 50 cidades pesquisadas.
O presidente do Sinduscon da Costa Esmeralda, Rodrigo Passos Silva, comenta que o desempenho em Itapema se deve a vários fatores. Ele cita a qualidade dos empreendimentos e da mão de obra, os imóveis com elevado padrão e tecnologias aplicadas, combinados à qualidade de vida na cidade, com altos índices sociais, baixos índices de criminalidade, e uma geografia privilegiada, com belezas naturais, além da infraestrutura.
“Destaca-se, ainda, a localização estratégica, servidos por malha rodoviária duplicada, próximos a vários polos de desenvolvimento socioeconômico, como a capital Florianópolis, a própria Balneário Camboriú, e cidades que compõem a Costa Esmeralda, Porto Belo e Bombinhas. Todos esses fatores, somados, têm colocado Itapema na vanguarda da valorização imobiliária nos últimos dois anos”, avalia.
Apês d R$ 17 milhões
Os apartamentos mais luxuosos e de frente pro mar em Itapema já tem unidades anunciadas no mercado com valores de quase R$ 17 milhões, caso da cobertura do edifício Ópera, lançamento da construtora CNA, na Meia Praia. No centro, o prédio Villa dos Corais, da Aliança Empreendimentos, tem apartamento de R$ 14 milhões. No Canto da Praia, a cobertura do Celine, da Dallo Empreendimentos, está por quase R$ 13 milhões. Os anúncios são do corretor de imóveis Guilherme Pilger.
A alta na variação de preços em Itapema também estaria ligada à maior disponibilidade de terrenos em comparação com Balneário, já com escassez de áreas na quadra do mar. De acordo com o CEO e fundador da WSelent Empreendimentos, Waldo Selent, o diferencial está entre os que fazem de Itapema a bola da vez no mercado imobiliário brasileiro.
“Enquanto Balneário Camboriú já lida com a escassez de terrenos, o mercado imobiliário de Itapema ainda tem muito para crescer. Além do alargamento da faixa de areia, que teve o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores e deve impactar na valorização dos imóveis frente-mar e quadra-mar, há mais opções de espaços na orla na praia para novos imóveis”, destaca.
Um exemplo de valorização é o empreendimento Santa Mônica, a 480 metros do mar, que passou de R$ 660 mil no lançamento, em 2017, para R$ 1,5 milhão em 2023, uma valorização de 127%. Os compradores são clientes, principalmente, do sul do país, além de investidores estrangeiros, como dos Estados Unidos.
“Itapema é um destino turístico nacional onde muitas pessoas buscam ter um segundo imóvel, além de atrair cada vez mais olhares do público de outros países”, opinou a vice-presidente da construtora, Pâmela Selent.
Construção emprega mais 8 mil trabalhadores
A valorização imobiliária puxa investimentos e também alavanca a criação de empregos na construção civil. O setor teve saldo positivo de 50 vagas em junho e acumula um estoque de 8204 trabalhadores, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A alta foi de 0,61%, atrás apenas do setor de serviços.
No crescimento acumulado neste ano, até junho, a construção civil teve a maior variação na criação de vagas, de 21%, muito à frente dos outros setores. O saldo em 2023 é de 1432 contratações. No ano passado, a construção foi o segundo setor que mais gerou empregos, com quase 800 vagas de saldo. Em 2021, a liderança ficou com a construção civil, com 1327 vagas criadas.