A mãe de uma menina recém-nascida relatou que a situação era de “caos”. Desde o fim de semana, ela, que mora em Navegantes, espera por uma vaga na UTI. Ainda no sábado, a bebê passou por atendimento no hospital de Navegantes, onde a mãe esperou três horas. No local, foi identificada uma infecção urinária e alteração no sangue e a filhinha deveria ser encaminhada pro Pequeno Anjo.
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“Como Navegantes não tem suporte, não tem UTI, a gente ficou até o outro dia de manhã, de domingo, às 13h, esperando o Samu”, relatou. A princípio, a informação era que a menina já teria um leito preparado pra ela em Itajaí. “O Samu trouxe a gente até o Pequeno Anjo e chegando aqui a recepcionista não sabia nem quem a gente era”, reclamou.
A mãe conta que teve que fazer o atendimento e exames de novo em Itajaí. Na manhã desta segunda-feira, o hospital conseguiu um leito na sala de observação para a criança. “A demora tá surreal. Ninguém age, ninguém faz nada e as crianças precisando de UTI e tudo superlotado”, reclamou a mãe da menina.
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Na manhã de segunda, o hospital de Navegantes informou que a ocupação de leitos de internação estava "normal". Não foi registrada falta de médicos, mas a instituição justificou que a demanda por atendimento aumentou, refletindo a situação em outros hospitais e pronto-atendimentos da região.
Os leitos públicos de UTI adulto e infantil na região estão 92% ocupados, conforme o painel do governo estadual. Pelo estado, a média de ocupação estava em 90%. Nesta segunda-feira, o hospital Pequeno Anjo estava com a internação 100% lotada com vários pacientes internados no pronto socorro por falta de leitos. A UTI pediátrica também tinha 86% de ocupação. No hospital Marieta Konder Bornhausen, a UTI neonatal (com nove leitos) estava lotada.
O estado está em alerta devido à lotação dos hospitais por causa do aumento de doenças respiratórias. A orientação da Secretaria Estadual de Saúde tem sido pras pessoas com casos não urgentes procurarem as unidades municipais de pronto-atendimento e postos de saúde, mas essas unidades fecham nos finais de semana.
Pequeno Anjo lotado
Com os pacientes procurando atendimento diretamente ou sendo encaminhados por hospitais aos Pequeno Anjo, a unidade acaba superlotando.
“Estamos há mais de um mês atendendo mais que o dobro dos atendimentos que realizávamos, no mesmo período do ano passado. Isso quer dizer que diariamente, atendemos bem além da nossa capacidade estrutural. Remanejamos técnicos e enfermeiros para atendermos o mais rápido possível, temos quatro médicos no plantão, mas infelizmente, não conseguimos atender da forma que gostaríamos, humanizado e rápido”, informou em nota, o Pequeno Anjo.
Segundo o hospital, como nos finais de semana, as UBS não funcionam, o CIS e hospital acabam ficando superlotados. “Esperamos das famílias compreensão e que só tragam os filhos quando houver necessidade”, reforça a nota.
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