SAÚDE
Ocupação de leitos de UTI chega a 100%
Aumento na procura hospitalar está relacionado a infecções virais, como dengue e doenças respiratórias
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A Secretaria de Estado da Saúde publicou um alerta para o aumento na procura por atendimento hospitalar em Santa Catarina. O problema que afeta o pronto-socorro e UTIs de hospitais de Itajaí e Balneário Camboriú está ligado a casos de doenças infecciosas virais, como a dengue e doenças respiratórias.
Na manhã de segunda-feira, o painel de leitos do estado mostrava 91% de ocupação das UTIs, com apenas 106 leitos disponíveis. Na região da Amfri, os leitos públicos de UTI seguiam 100% ocupados no Hospital Marieta Konder Bornhausen (25 adultos e 9 neonatal), em Itajaí, e no Hospital Ruth Cardoso (10 adultos e seis neonatal), em Balneário Camboriú. Já as UTIs pediátricas tinham ocupação de 73%.
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No hospital Pequeno Anjo, a ocupação da UTI se manteve alta no fim de semana, com 86% nesta segunda-feira. A unidade ainda sofre com lotação no setor de internação, tendo 100% dos leitos ocupados. O Pequeno Anjo tem recebido famílias de cidades vizinhas que fogem da lotação de unidades municipais, onde os setores de pediatria não dão conta da demanda.
Um morador de Navegantes relatou que a demora pra pediatra poderia chegar a cinco horas na cidade e preferiu buscar atendimento pro filho com quadro febril em Itajaí. Ainda assim, alguns pais tiveram que esperar até três horas. Em Itajaí, também há atendimento pediátrico na UPA do CIS, onde o município ampliou o número de consultórios neste mês pra atendem à alta na demanda.
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Em Balneário Camboriú, o hospital Ruth Cardoso registrou lotação nos 10 leitos de UTI adulto e nos seis leitos de UTI neonatal na segunda-feira, com dois pacientes adultos esperando na emergência por vaga. Os setores de internação também sofrem com lotação, com 100% dos leitos clínicos (30) e cirúrgicos (30) ocupados.
A direção do hospital informou que mais de 40 pacientes adultos estão internados no pronto-socorro por falta de leitos clínicos e cirúrgicos na região. O hospital não tinha crianças aguardando leito de enfermaria, mas a internação clínica pediátrica tava com os 10 leitos ocupados. Apesar da grande procura, os atendimentos pediátricos são de casos respiratórios leves, que não exigem internação.
Sobrecarga em hospitais
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, os hospitais estão se organizando para atender a ampliação da demanda, mas a orientação é que em casos não urgentes as pessoas busquem os postos de saúde, evitando sobrecarregar as unidades de emergência e a formação de filas.
Nos hospitais, a triagem de classificação de risco prioriza os atendimentos de maior gravidade, gerando espera para os casos menos graves. “Os dados apontam que cerca de 50% dos atendimentos são de pacientes classificados como de baixa prioridade (verde)”, informa a secretaria.
No dia 20 de março, o governo estadual anunciou repasse de R$ 10 milhões para os municípios pra ampliação dos horários de atendimento nos postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
“A ação busca, além de ampliar os atendimentos na atenção primária, reduzir a procura às emergências hospitalares para que possam atender os casos mais graves”, disse em nota. O estado prevê contratar leitos na rede privada pra suprir a demanda caso o número de pedidos de leitos públicos de UTI exceda o limite disponível nas regiões.
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Pequeno Anjo
O estado renovou, neste mês, os contratos com sete unidades hospitalares para o atendimento dos pacientes infantis. Está no grupo o hospital Pequeno Anjo, de Itajaí, que conta com seis leitos de UTI pediátrica. Unidades de Rio do Sul, Lages, Jaraguá do Sul, Curitibanos, Timbó e Biguaçu completam as renovações.
O governo também promete ampliar o atendimento infantil no hospital regional de São José, com 10 novos leitos de UTI neonatal, e reforçar o quadro de pediatras no hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.