
Coluna Acontece SC
Por Ewaldo Willerding - ewaldo.willerding@gmail.com
Ewaldo Willerding é jornalista formando pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atua há 36 anos na imprensa de Florianópolis
Efeito Trump: setor produtivo pede negociação

Os efeitos do anúncio do presidente Trump em taxar em 50% os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos devem ser devastadores para a economia catarinense, com risco de rompimento de contratos, redução na produção e consequente desemprego. Conforme dados do Observatório Fiesc, SC tem nos EUA o maior mercado de exportações, com US$ 1,7 em 2024 e US$ 847,2 milhões neste primeiro semestre. Produtos que vão de madeira, motores elétricos e autopeças, compressores de ar, transformadores elétricos, revestimentos cerâmicos, iates, bombas de líquidos, carne suína, couro bovino, gelatina, suco de frutas, etc. Entidades representativas do setor produtivo local, como a Fiesc e Fecomércio, destacam que o momento exige maturidade política e necessidade de negociação via diplomática. O problema é que o viés ideológico impera e fica quase impossível imaginar recuos. Ao fim, enquanto apaixonados políticos medem força, quem paga é o empresário e o trabalhador. Perdemos todos.
Superávit
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçou a tese de que a medida imposta pelo presidente Trump é meramente política – algo, inclusive, que ele mesmo destacou. Conforme a CNI, os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos – US$ 91,6 bilhões no comércio de bens na última década. Ou seja, do ponto de vista comercial, não faz sentido.
SC fora?
O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) anunciou que oficiará pela retirada dos produtos de SC da tarifa americana de 50% anunciada pelo presidente dos EUA. Ele informou que encaminhará o pedido para a Casa Branca, ao mesmo tempo que exige posicionamento imediato da diplomacia brasileira e apoio dos EUA para evitar que SC sofra com tarifaço. Será que consegue?
Voto impresso
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do projeto do novo Código Eleitoral, não incluiu na pauta da última reunião da CCJ a emenda do senador Esperidião Amin (PP) sobre o voto impresso. O parlamentar catarinense, agora, vai apresentar destaque em separado para deliberar sobre a proposta. “Temos a grande luta do voto auditável”, ressaltou Amin.
Escolas

O descumprimento da Lei 18.643/2023, que exige instalação de câmeras de videomonitoramento nas escolas estaduais, foi base da cobrança dos deputados Mário Motta e Napoleão Bernardes (ambos do PSD). Segundo eles, as escolas estão, desde outubro de 2023, sem vigilância eletrônica. Até parece que não passamos por tragédias nas escolas catarinenses.