As obras do binário da rua Luci Canziani, na Praia Brava, em Itajaí, voltaram a ser alvo de queixas de moradores e comerciantes. Segundo eles, o serviço está empacado, num ritmo lento, o que faz com que os transtornos da obra se estendam durante toda a temporada de verão.

Durante o Carnaval, as condições da rua pioraram com a chuva, complicando ainda mais o trânsito. Nos dias de sol, o problema é com a poeira levantada que chega até as casas e lojas.

No momento a rua está com tráfego em apenas um dos lados, com fluxo de mão dupla em pista simples no trecho entre a avenida Osvaldo Reis e a Sociedade Fazenda. O outro lado da rua recebe a construção da ciclovia e da calçada.

As chuvas dos últimos dias deixaram a pista esburacada e com poças. Com as interdições, os ciclistas têm que dividir espaço com os carros e o trânsito trava quando caminhões e carros em sentidos contrários passam no trecho ao mesmo tempo.

O comerciante Marcos Reinert, que toca um bar na Luci Canziani, relata que a obra não tem avançado. “Isso aqui está uma vergonha. Não tem ninguém trabalhando. Estão há três semanas mexendo nesse meio-fio [da nova calçada]”, disse. “Deixe jeito, a obra vai ser pra 2026”, critica.

Marcos comenta que seria preciso mais frentes de trabalho pro serviço andar mais rápido. Nesta semana, após a parada do feriadão, apenas quatro trabalhadores estavam no local. A obra da calçada foi retomada, mas parou durante a chuva na quinta-feira.

Se a chuva prejudica o avanço e deteriora as condições já ruins da rua, nos dias de sol a queixa é a poeira. Marcos lembra que deixou de vender frango assado desde o início da obra devido ao problema. “A gente fecha o bar quando tem dia de pó”, afirma.

A sujeira que afasta os clientes também incomoda os vizinhos. A aposentada Maria Elza de Oliveira, de 62 anos, mora na rua Jovita Rodrigues Machado, lateral da Luci Canziani, e conta que nada fica limpo em casa com as portas e janelas abertas. “Fica muito pó de asfalto. Não dá pra deixar roupa no varal. É uma poeira só”, disse.

Maria informa que tem visto os trabalhadores na obra, mas considera que o serviço não deveria ser tocado em época de temporada. “Fazer uma obra dessa em época de férias, o comércio fica parado e é um transtorno pro trânsito”, avaliou.

Ritmo mais lento é para garantir fluxo nos dois sentidos, diz prefeitura

O engenheiro Auri Pavoni, assessor especial do gabinete do prefeito Volnei Morastoni, explica que os serviços na Luci Canziani estão sendo tocados num ritmo que permita o trânsito fluir nos dois sentidos, evitando o bloqueio total da rua.

“Se imprimirmos um ritmo maior, teremos que interromper o trânsito. É o ritmo possível sem precisar interromper o trânsito”, comenta. Dentro do planejamento, o trabalho é feito num dos lados da via para depois avançar para o outro.

Auri avalia que os serviços “estão andando bem” no local. A parte da instalação das galerias de drenagem já foi concluída, bem como as bocas de lobo de um lado da pista. Agora foi iniciada a obra dos passeios e da ciclovia no mesmo lado.

Sobre as condições da via, Auri esclarece que a recuperação será feita na medida que os serviços avançarem. Ele lembrou que a pista teve que ser destruída pra colocação das galerias de drenagem. Pra minimizar a poeira, a prefeitura tem molhado a rua duas vezes por dia e pretende reforçar a medida com apoio do Semasa.

O incômodo deve acabar em torno de um mês, prazo previsto pra colocação da primeira camada de asfalto no trecho. No mesmo período, o município também pretende concluir as novas calçadas.

Na próxima etapa do projeto, as obras vão seguir na rua Cabo Rudolf, via que fará o binário com a Luci Canziani. A rua será prolongada até a avenida Delfim de Pádua Peixoto e também passará por reurbanização. A previsão é de que o trabalho no trecho possa ser iniciado na semana que vem.