DENÚNCIA
Mancha de esgoto no rio Camboriú se acentua
Vizinhança diz que o problema tem a ver com despejo de efluentes da ETE
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A poluição do rio Camboriú, que seria causada pelo despejo de efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Nova Esperança, em Balneário Camboriú, voltou a ser alvo de reclamações da vizinhança, especialmente moradores de edifícios que têm uma visão privilegiada da poluição no rio Camboriú. Durante o fim de semana de Carnaval, um denunciante relatou que o cheiro estava insuportável, com a mancha de poluição seguindo forte no rio desde o dia 31 de janeiro.
Um vídeo feito pelo morador de um prédio na Barra Sul nas últimas semanas mostra uma língua suja chegando ao rio Camboriú por um braço do canal que passa por baixo da BR 101 e que recebe os resíduos da ETE.
Dia 31 de janeiro, teria ocorrido o transbordamento da estação, segundo o morador, com dejetos caindo direto no rio, no trecho da rua 4000, em frente ao Oceanic Aquarium, o que a Emasa nega. “O rio está com um cheiro muito forte. Isso só denigre a imagem da nossa cidade”, comentou o denunciante, que cobra providências contra a poluição. Ele disse que já denunciou o caso pra o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e ao Ministério Público (MPSC).
Enquanto espera por uma solução, o morador destaca que a situação do rio segue complicada, se agravando em períodos de festas como o Carnaval, quando a cidade recebe mais turistas.
As manchas no rio Camboriú têm sido frequentes após a queda da eficiência da ETE devido a problemas durante as obras na lagoa de aeração, que é a principal unidade na etapa de tratamento dos efluentes. Nas novas mantas de impermeabilização colocadas na lagoa houve o surgimento de gases com a formação de bolhas.
A Emasa informou que, em análise, não foi evidenciado a causa das bolhas. Empresas e consultores especializados foram consultados e, mesmo com alternativas pra correção do problema, nenhuma proposta ofereceu garantias de sucesso na intervenção.
Diante da incerteza e riscos, foi feito em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público e órgãos envolvidos. O acordo decidiu pela suspensão da obra e construção de um novo tanque de aeração, de concreto armado, já como parte da ampliação e modernização da estação.
O novo projeto está em fase de elaboração. Parte da ampliação inclui um novo decantador, com implantação iniciada em outubro de 2022, com prazo de oito meses pra conclusão. Enquanto isso, a estação opera com um sistema alternativo, com limite de 50% de eficiência.
“A Emasa tem conseguido atender esse percentual de eficiência ao longo das obras no período da temporada de verão”, afirmou. Sobre o fedor no rio, a autarquia ressaltou que o local recebe esgoto sem tratamento vindo de Camboriú, o que costuma provocar um cheiro mais forte.