BAILE CANCELADO
Empresa de formatura de SC é acusada de golpe de quase R$ 3 milhões
Formandos de curso de Medicina denunciaram que empresa cancelou baile na véspera
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Alunos do curso de Medicina da UniCesumar de Maringá (PR) acusam a empresa catarinense especializada em organização de formaturas Brave Brazil, de Florianópolis, de dar um golpe milionário na turma de formandos. O baile de formatura deveria ter ocorrido no sábado passado, mas foi cancelado pela empresa na véspera.
O prejuízo, segundo a comissão da formatura que representa 123 estudantes, seria de quase R$ 3 milhões. A justiça do Paraná determinou o bloqueio desse valor em bens da empresa para garantir reparação de danos aos alunos. Em nota oficial, a Brave Brazil nega que tenha dado golpe, alegando que cerca de R$ 530 mil do contrato não foram recebidos, impossibilitando a realização da festa.
Continua depois da publicidade
A empresa foi contratada há cinco anos para o projeto de formatura da turma. No contrato, segundo a comissão de formandos, eram previstos quatro eventos: a missa, em 18 de janeiro; o jantar de formatura, no dia 19; a colação de grau, no dia 20; e, por último, o baile de formatura, no dia 21.
Segundo a empresa, a comissão já tinha sido avisada de que o baile não poderia ser feito devido à dívida no pagamento, havendo necessidade de readequações ou adiamento do evento. A comissão contesta a versão, dizendo que até a data prevista do baile R$ 2.930.859,51 já tinham sido pagos à Brave.
Continua depois da publicidade
“Menos de 24 horas do início do baile, os formandos foram surpreendidos com uma nota pública da Brave Brazil afirmando que o evento não seria realizado, o que não deixou alternativas aos formandos senão a tomada de medidas judiciais”, informou a comissão em nota. A empresa não teria pagado fornecedores, comprometendo a entrega da festa.
Conforme os relatos dos alunos, também teriam ocorridos problemas no jantar e na festa de colação de grau, com falta de comida, estrutura, organização e materiais. “Nosso sonho foi pelo ralo na noite de ontem! Foi o pior evento que já fui em minha vida, e era a minha formatura. Faltou tudo! Comida, iluminação, climatização, conforto, decoração, literalmente tudo”, relatou uma formanda no site Reclame Aqui, ainda na sexta-feira.
“O que era pra ser um sonho virou um pesadelo. Não só por nós formandos, que tivemos o nosso sonho interrompido, mas pela logística de milhares de funcionários que se deslocaram até Maringá para realizar o evento e não foram pagos (o dono fugiu) e pelos familiares que também se deslocaram de longe pra comemorar”, escreveu a formanda Ana Flávia Cury Ivantes, no Instagram.
Devido aos problemas nos eventos de quinta e sexta-feira, os alunos já desconfiaram quanto à realização da festa de sábado, pois as estruturas e atrações do baile ainda não tinham sido confirmadas pela empresa. Alguns fornecedores que não teriam recebido o pagamento chegaram a desmontar a estrutura que já estava no Parque de Exposições de Maringá, onde rolaria o evento.
Para não passar a data em branco, parte dos estudantes decidiu contratar com recursos próprios uma empresa local pra realizar a festa em outro local. Segundo a comissão da formatura, apenas um terço dos formandos participaram desse evento organizado às pressas.
Empresa sugeriu adiamento
Em nota, a Brave Brazil disse que os eventos pré-baile foram entregues “sem ocorrências” e que o baile de formatura não foi realizado por falta de pagamento de uma parte do valor contratado. Segundo o comunicado, antes dos eventos a comissão de formatura foi avisada pra negociar adequações no projeto, sem comprometer a realização da festa.
Continua depois da publicidade
Conforme a empresa, foi sugerido um novo pagamento de R$ 2,5 mil por aluno pra cobrir o saldo devedor de R$ 530 mil ou fazer mudanças na festa, com alterações no cardápio e troca de shows, além de um possível reagendamento do evento. As propostas teriam sido todas recusadas pela comissão.
“Levando em consideração o projeto deficitário em valores superiores a R$ 530 mil, não houve outra alternativa, senão o adiamento daquele último evento, mantendo à disposição de realocá-lo em data mais próxima possível”, diz a nota, que acusa a comissão de formandos de divulgar informações distorcidas.