SANTA CATARINA
Morte de reitor da UFSC foi “aberração”, diz Lula
Presidente falou do caso de suicídio de Luiz Carlos Cancellier que foi alvo de operação da PF em 2017
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou na quinta-feira sobre a morte do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que se suicidou em 2017. Para o presidente, a operação policial que se desdobrou com o suicídio foi uma “aberração”.
“São cinco anos e quatro meses que esse homem se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenam as pessoas antes de investigar e julgar”, afirmou Lula. A crítica ocorreu em reunião com reitores de universidades e institutos federais.
Cancellier cometeu suicídio após ser alvo na Operação Ouvidos Moucos, desdobramento da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar um suposto desvio de recursos públicos em cursos de educação a distância (EAD) da UFSC.
Além de ser preso e afastado do cargo, Cancellier, após ser solto, foi proibido de entrar na universidade. Em 2017, a UFSC foi alvo de outra operação, assim como outras universidades do país. Em 2018, o inquérito da PF foi encerrado por falta de provas. “Quero aproveitar esse momento, com atraso de cinco anos e quatro meses, e dizer que pode ter morrido sua carne [em referência ao reitor Cancellier], mas as suas ideias continuarão no meio de nós a cada momento que pensarmos em educação, a cada momento que pensarmos na formação profissional e intelectual do povo brasileiro”, destacou o presidente.
“Pode ficar certo que aqui tem muita gente disposta a dar sequência ao trabalho que você fazia e as ideias [em] que você acreditava. Você morreu, mas as suas ideias continuam vivas e nós havemos de recuperá-las e trabalhar para que a gente nunca mais permita que aconteça o que aconteceu com aquele reitor em SC”, completou.
Deflagrada em setembro de 2017, a operação apurou suspeita de desvio de dinheiro de programas de EAD. O reitor e mais seis pessoas foram presas. Cancellier foi solto no dia seguinte, mas ficou impedido de frequentar a UFSC. Em outubro daquele ano, ele cometeu suicídio, deixando carta criticando a forma como a investigação foi feita.