Mar de possibilidades
Economia azul é prosperidade no presente e no futuro
Atividades econômicas da região já são dominadas pela exploração sustentável do rio e do mar
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Em Itajaí, 70% da economia da cidade é fruto da atividade portuária, pesca, construção naval e náutica. Se analisado também o impacto indireto, o percentual sobe para mais de 80%. As atividades ligadas à exploração econômica por mar e por rio são inúmeras, e compõem a chamada Economia Azul, termo ainda pouco utilizado na região, mas que domina boa parte do PIB dos municípios e se destaca também por outro motivo: a potencialidade de crescer ainda mais.
A ideia de Economia Azul vai desde aquele pescador que tira da natureza o peixe de cada dia, até fornecedores de insumos para gigantes globais, como as grandes petroleiras. Também integra o comércio internacional naval de importações e exportações e diversas atividades de serviços, turismo e lazer.
Em Itajaí, as atividades da cidade são dominadas pelo potencial econômico fruto do encontro entre o rio Itajaí-Açu e o Oceano Atlântico. “Itajaí é privilegiada por estar na foz do Itajaí-Açu e nele temos os pilares da nossa economia, toda cadeia portuária e serviços, indústria da pesca e indústria da construção naval, aí incluso também a nossa marina”, diz o CEO da Lotisa Empreendimentos, Fabio Inthurn. “Alguns de nossos empreendimentos estão voltados ao rio, à Baía Afonso Wippel, e ao mar. Portanto, uma boa parte dos moradores de imóveis da Lotisa são testemunhas dessa pujança econômica”, completa.
Santa Catarina tem uma costa de 531 quilômetros e um ecossistema favorável para esse setor da economia. O estado é sede de estaleiros de grande reputação para a construção de barcos de lazer, workboats e embarcações bélicas, e o maior produtor nacional de ostras, mexilhões e peixes. Conta ainda com importantes portos mercantes e o litoral catarinense alavanca o turismo.
No Brasil o “PIB do mar” foi de US$ 305,71 bilhões no ano passado, ou R$ 1,63 trilhão. Esse montante representou 19% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que a economia azul terá o valor agregado de US$ 3 trilhões em 2030 e gere mais de 40 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil.
“Nosso país é riquíssimo em extensão e quantidade de rios navegáveis, que são fonte de renda para quem trabalha ou transporta pela malha hidrográfica brasileira. Há ainda o lazer nos rios, lagos, represas e baías de água doce que representa um expressivo mercado para lojistas do segmento náutico”, diz o diretor-proprietário da Akibra, Cristian Davi Bocca. A empresa foi criada para atender ao segmento náutico e hoje é referência para o setor. Atende o mercado regional com sua loja física e por meio de sua loja virtual comercializa com uma ampla carteira de clientes espalhados por todo o Brasil. “De maneira geral o rio e o mar são as nossas inspirações, pois lá estão o sustento e o lazer de nossos clientes”, acrescenta Cristian.
Em Navegantes, a atividade portuária mudou a realidade do município. “A Portonave encabeça uma cadeia logística que vem se tornando um pilar na economia. O terminal portuário por si só é o maior gerador do Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município e viabiliza que outras empresas se instalem na cidade. A nova Navegantes que vem surgindo tem no porto o seu maior sustentáculo”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Receita, Rodrigo Silveira.
Em Balneário Camboriú o mar alavanca a economia por meio do turismo e atividades correlatas. Exemplo disso é a construção civil, que ganha destaque e padrão de qualidade internacional.
Empreendedorismo inspirado nas águas
Michella Pierri e Walter Kohn criaram um serviço de locação de lanchas para bancar o custo da lancha da família. Daí surgiu a Caixadaço Aluguel de Lanchas. Em menos de cinco anos, a empresa já conta com um portfólio com mais de 35 modelos de embarcações com tamanhos entre 21 e 68 pés, com capacidade para entre cinco e 20 pessoas. A empresa oferece embarques em Porto Belo e Balneário Camboriú e opera o ano inteiro. “O mar é fundamental tanto para aquele que dele usufrui sentado na beira da praia, como um importante agente de fomento a muitas atividades econômicas”, resume Michella.
A Wezan Comércio Exterior, de Itajaí, também tem no rio e no mar as portas de entrada e saída para as cargas que opera. A empresa está consolidada como uma das principais marcas no segmento logístico do Sul do Brasil e tem sua maior demanda relacionada à importação, principalmente quando o assunto é o mercado automotivo. A empresa é parceira de revendedoras de automóveis importados que são verdadeiros sonhos de consumo, como a Pag Premium (Itajaí), a Miami Imports (Itajaí), Luxor Trade (Florianópolis); importando marcas como Porsche, Ferrari, Mercedes Benz e Tesla.