PROTESTOS

Movimento em frente à Marinha quer que Forças Armadas assumam o comando

Grupo faz manifestação diária e vigília noturna desde o último dia 3; grupo também quer impedir o comunismo no Brasil

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Manifestantes estão em frente da Marinha do Brasil desde o início de novembro (Foto: Franciele Marcon)
Manifestantes estão em frente da Marinha do Brasil desde o início de novembro (Foto: Franciele Marcon)

Desde a madrugada de 3 de novembro, um grupo de manifestantes ocupa a área em frente à sede da Marinha do Brasil e o entorno do Mercado Público de Itajaí. A maioria se define como "cidadão de bem, contra a corrupção, e "arbitrariedades" do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)". Outra grande unanimidade do grupo é a afirmação de que pretendem "impedir a implantação do comunismo”.

Os manifestantes também instalaram faixas com as frases “SOS Forças Armadas. Resistência Civil”, “Queremos a credibilidade da democracia brasileira”, “SOS Forças Armadas”.

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 O carro de som que fica parado junto aos manifestantes, e que volta e meia circula pela cidade convocando mais pessoas a participarem do protesto, carrega a faixa: “Supremo é o povo!”.  

A reportagem do DIARINHO esteve no local na tarde desta terça-feira e encontrou, em sua maioria, pessoas de meia idade ou idosos, vestidas com verde e amarelo.  Várias tendas servem de apoio aos manifestantes, alguns que passam a noite no local.

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A rua atrás do mercado público, trecho da avenida Prefeito Paulo Bauer, está interditada para o acesso de veículos.

 A aposentada Cecília Freitas, de 75 anos, se desloca diariamente da sua casa em Balneário Camboriú, para participar do protesto em Itajaí. Ela, assim como as cerca de 10 pessoas que estavam em uma barraca, "não querem que o comunismo seja implantado no país". Também não desejam que o país vire “uma Cuba”, “uma Venezuela”. “Queremos liberdade, sociedade livre, somente a verdade”, disse Cecília.

 Ela acredita que o presidente do TSE, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, seria o responsável pelo que chama de "falta de transparência nas eleições, por implantar censura à rádio Jovem Pan e colocar o país na mira do comunismo".

 Cecília afirma que em 1964 [golpe militar no Brasil] "lutou contra o comunismo". Ela diz que não houve ditadura militar no Brasil e que agora está de novo nas ruas para "proteger o país". “Esse movimento não tem partido. Só não queremos o comunismo. Precisamos das Forças Armadas, pra que eles tomem conta do país”, afirma.

 A fala de Cecília é apoiada pelo contador Júnior, de 52 anos, que não quis informar o nome completo. Ele disse que veio de Curitiba (PR) para acompanhar o movimento em Itajaí e que está no local pelo segundo dia consecutivo. “O estado não pode ser o Deus do comunismo”, disse.

Outro participante que conversou com o DIARINHO disse que o movimento “está lutando por vocês, pelos seus filhos, pelos seus netos. O Brasil está de luto, ou a coisa funciona ou a gente está morto. O comunismo vai se instalar no nosso país. Isso é um brasileiro falando!”.  

O homem ainda diz que, como “brasileiro, como pai de família não quer ver sua filha dividir um banheiro com gente adulta. Minha filha tem 11 anos. Será que é difícil as notícias mostrarem o que está acontecendo em nosso país e ninguém está divulgando. A mídia precisa divulgar o que é certo. Ou vocês querem um país comunista? Um país comunista não pode acontecer. Quando o comunismo  se instalou há oito anos [governos do PT] a roubalheira foi comprovada”, disse. 

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Um grupo de idosos também rezava a Ave-Maria em frente da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Alguns dos participantes estavam de joelhos.

As redes sociais têm sido a plataforma de divulgação do movimento.  No domingo, dia 6, o morador de Itajaí Francisco, de 98 anos, esteve na manifestação. A foto dele foi postada nas redes sociais e viralizou. “Seu Francisco, 98 anos, está aqui conosco e tantos outros brasileiros. E você aí na sua casa? Vem pra Marinha”, dizia o post da rede social Tik Tok. 

Há quem aproveite a manifestação para fazer a economia girar. No entorno do Mercado Público há vários vendedores de bandeiras do Brasil. Um deles oferece bandeiras que custam de R$ 15 a R$ 100. “Não sei porque estão fazendo isso, mas para mim está bom”, conta o homem, que já vendeu cerca de 100 bandeiras só nesta semana.

Se depender dos manifestantes, o vendedor de bandeiras ainda terá um grande lucro.  Os manifestantes garantiram ao DIARINHO que não têm prazo para sair de frente da Marinha.




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