O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Itajaí protocolou na noite de segunda-feira uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra os manifestantes que ocupam a frente da Marinha do Brasil e o entorno do Mercado Público da cidade desde a derrota nas urnas do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O diretório do PT pede que o MPF instaure investigação para identificar lideranças e financiadores, e para proibir o uso de carros de som que sejam utilizados para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral ou chamando para adesão ao protesto antidemocrático.  

“Apurando quais as lideranças e financiadores estão levando o povo para as ruas e incitando-os a prática criminosa contra a ordem democrática e constitucional; bem como sendo constatada a prática de crime e identificado seus responsáveis, que seja instaurado o devido processo legal e responsabilizado os envolvidos”, requer o presidente do PT de Itajaí, Gerd Klotz, na representação ao MPF.

Desde a madrugada de 3 de novembro, os manifestantes passaram a ocupar o local, fazendo vigília 24 horas. Eles usam carros de som, faixas com dizeres contra as eleições. “[Pedimos] a proibição do uso de carros de som para a propagação de notícias falsas sobre as urnas, reiterados pedidos de intervenção federal ou convidando o povo aderir às manifestações antidemocráticas em total afronta às instituições e a ordem democrática e constitucional”, diz o documento.  

No final de semana, o som do protesto estava tão alto que a programação cultural do Mercado Público foi cancelada porque os músicos não conseguiam se apresentar no espaço. A cantora Bárbara Damázio informou, via redes sociais, que sua apresentação de sábado no Mercado Pública estava cancelada porque não havia condições de se apresentar.  

Os manifestantes, ainda segundo o diretório municipal do PT, atrapalham o fluxo do trânsito dos cidadãos que precisam atravessar o ferry boat, com a fila em horários de maior movimento passando justamente por aquela região. O estacionamento do mercado público também foi prejudicado. “O diretório do PT ainda pede a dispersão dos manifestantes em frente à sede da Marinha que estejam promovendo atos contra as instituições e a ordem democrática”, finaliza o documento. O MPF ainda não se pronunciou sobre a representação movida pelo partido.

Logo após a representação ter se tornado pública, Gerd explica que o PT de Itajaí começou a receber ameaças. Um boletim de ocorrência já foi registrado pelo partido. “Não é aceitável que numa democracia construída a duras penas pelos que lutaram contra a ditadura civil militar oriunda do golpe de 64 e consolidada por nossa constituição cidadã de 1988, ainda tenhamos que conviver com atos antidemocráticos que atentam contra o estado democrático de direito. Seremos implacáveis no combate aos fascistas e seus líderes e agentes políticos, que terão que responder na justiça pelos crimes que estão cometendo contra nossa democracia”, finalizou Gerd.