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De cara nova

Sacolões se reinventam para sobreviver à alta dos alimentos

Pesquisar preços em sacolões, atacarejos e casas especializadas garante economia

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Foi-se o tempo em que o sacolão vendia legumes e frutas no peso, pelo mesmo preço. A ideia, que teve origem em Minas Gerais, ganhou força nos anos 90 impulsionada pela estabilidade da moeda, com a implantação do plano real. Mas com a alta no preço dos alimentos nos últimos anos provocada pela estiagem prolongada, aumento dos insumos e quebra de safra, como se manter relevante no mercado de hortifrúti? A resposta foi dar um tapa no visual e fazer ofertas todos os dias, ao contrário dos mercados que só fazem promoção uma vez por semana.

Para alguns comerciantes, a reinvenção passou por um investimento pesado em infraestrutura com um toque gourmet. O Direto do Campo, que nasceu no São Vicente, hoje conta uma filial na rua Brusque que atende um público mais exigente. Lá é possível, não só fazer a feira, como comprar produtos coloniais, temperos, cereais a granel, uma grande variedade de doces e frutas exóticas como cupuaçu, jaca e cacau.

Na mesma direção está indo o Provesi, atualmente em reforma, que investiu na variedade de produtos e oferta de artigos de empório, abriu espaço para um minimercado, uma seção de queijos coloniais e uma padaria. Para agilizar no pagamento, há vários caixas lembrando mais um supermercado estiloso de cidade grande do que um sacolão. E sem sair do bairro de origem, o São Vicente, ou incrementar os preços para não afugentar a clientela fiel.



Manter preços baixos sem cair a qualidade é um baita desafio na visão do economista Jairo Ferracioli. Isso porque os supermercadistas têm um poder de barganha bem maior que os feirantes junto aos produtores. “A saída é oferecer produtos da agricultura familiar, que em tese são produzidos com menos defensivos agrícolas, por isso tem menos custo de produção”, acredita. Para ele, a fim de se manterem competitivos, os comerciantes apostam na maior qualidade, ou numa qualidade não tão boa com baixo preço, como nos sacolões populares.

 

Mirian faz peregrinação pelo mercado em busca do melhor custo x benefício

É sagrado. Toda terça-feira a jornalista Mirian Arins, 48 anos, sai de sua casa nos Espinheiros rumo ao Mercado Peixe, onde começa a saga em busca da matéria mais fresca e com melhor preço para preparar as marmitas saudáveis que passou a produzir há um ano, desde fechou o bar Sardinha, em razão da pandemia. De lá, ela volta percorrendo sacolões, mercados e casas especializadas, um percurso que leva, no mínimo, seis horas.


“Tem dia que é mais vantagem comprar no Provesi. Ou, de acordo com o produto, tipo a cebola, vale a pena comprar no Fort. Manteiga compro na Casa do Queijo que fica no caminho. Para manter a margem de lucro é preciso bater perna, sem abrir mão da qualidade, é claro”, ensina. Mirian conta que produz os pratos até quinta. São mais de 20 combinações de carboidratos, proteínas e legumes. No sábado ela lança o cardápio, anota os pedidos e sai para entregar na segunda à noite, quando o trânsito é mais sossegado. “Durante a pandemia ainda dava para entregar de dia, mas agora, fica tudo parado às 17h, sem condições”, alega.

O público vai desde a galera que frequentava o Sardinha até servidores públicos e aqueles que viraram clientes devido à propaganda boca-a-boca. Para abrir o “Quitutes da Miroca”, Mirian fez cursos de comida saudável e passou a incluir na própria dieta pratos ricos em vegetais. O resultado foi a perda de 20 quilos e a melhora no problema crônico na bacia.

“Quando pensei o que podia fazer para sobreviver a pandemia, pensei em fazer algo que me permitisse fazer pausas porque nem conseguia caminhar ou ficar em pé ou sentada muito tempo por causa da artrose, por isso optei pelos congelados. Felizmente, agora consigo andar sem bengala”, comemora.

As marmitas saudáveis de 400g custam R$ 20 e a partir de 10 unidades, o valor cai para R$ 18. As proteínas são grelhadas, e de vez em quando rola um yakissoba ou sopa, que é sempre sucesso de venda. “Uma canja ou caldo verde é um prato completo, para quem chega cansado do trabalho no fim do dia, neste friozinho, é a melhor opção”, sugere.

Atendimento personalizado e entrega pelo zap

O Hortifruti Cunha aposta todas as fichas no frescor dos produtos, como se fosse uma feira livre coberta e com estacionamento privativo. O sacolão da Vila Operária tem um ambiente despojado e os produtos estão dispostos de forma simples ao lado de itens coloniais como mel e conservas. O dono ajuda os idosos a escolher os itens, além de fazer entregas pelo whatsapp. O maior movimento é pela manhã, quando donos de restaurante batem ponto no local.


O Hortifruti do Colono, na rua Indaial, também oferece aos clientes, além de frutas e legumes da estação, bolachas artesanais, frios, pães e roscas de polvilho disputadas no final de tarde, e salgados que podem ser saboreados no balcão da lanchonete. E se quiser saber de tudo o que rola na região, ainda pode adquirir o DIARINHO na saída. Nada mais peixeiro que ser revendedor do jornal que circula há 42 anos na região.




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