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Melão é o campeão da diferença de preço nos sacolões

Fruta apresentou variação de 150,83% com preços que vão de R$ 2,89 o quilo a R$ 7,50. Dica de economia é ficar atento as frutas da estação

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Pesquisando dá para comprar melão a R$ 2,99 o quilo (FOTO: RENATA ROSA)



Ficar atento à sazonalidade garante uma fruta mais suculenta, com menos agrotóxico e mais barata na mesa. Além de pesquisar o preço, o consumidor deve dar atenção especial e escolher as frutas da estação. Isso garantirá frutas fresquinhas e mais baratas. Como é o caso do melão, cujo preço começa a cair, mas ainda de forma desigual nos sacolões.

No Provesi, do São Vicente, a fruta era vendida a R$ 2,89 o quilo, enquanto no Hortifruti Cunha, da Vila, custava R$ 7,50, uma diferença de 150,83%. No entanto, em relação ao número de frutas mais baratas das 35 pesquisadas pelo DIARINHO, Cunha e Provesi aparecem empatados, com 14 itens cada (veja tabela).



O segundo item em diferença de preço foi o abacaxi, cujo menor valor era encontrado no Direto do Campo (R$ 3,99), 97,99% mais barato do que no Provesi (R$7,90). A situação se inverte no caso da tangerina, com preços que vão de R$ 2,98 (Provesi) a R$ 5,79 (Direto do Campo), uma diferença de 94,28%.

No Hortifruti Cunha estão mais em conta as bananas branca e caturra (R$ 3,86), a laranja pera (R$ 2,71), o limão siciliano (R$ 6,00) e o tahiti (R$ 6,52), e as variedades de manga palmer e tommy (R$ 4,11). Já no Provesi, além do melão, vale a pena investir no limão caseiro (R$ 1,98), na laranja lima (R$ 3,49), na melancia (R$ 1,89) e na bandeja de figo de 300g (R$ 9,90).


O Hortifruti do Colono, no São João, e o Direto do Campo também empataram com quatro itens mais baratos cada um. No sacolão da rua Indaial era mais vantagem comprar abacate (R$ 5,99), laranja bahia (R$ 4,99) e mamão formosa (R$ 9,99). No Direto do Campo, além do abacaxi, estavam com bom preço a caixa de morangos de 200g (R$ 5,89) e a maçã fuji (R$ 8,79).

Além da sazonalidade, outra questão que influencia o preço do produto perecível é o tempo de prateleira. Se a fruta estiver muito cara acaba sobrando, aí a solução é fazer uma baita promoção para diminuir as perdas. Segundo o Programa Alimentar Mundial, 30% do que é produzido no Brasil vai fora por problemas que vão do transporte à armazenagem.


Por isso é melhor dar preferência a produtores da região, como no caso da banana, que vem de Luiz Alves. Mas o Estado não tem um plantel de frutas variado. Frutas tropicais como o mamão vem da Bahia, a 2500 km de SC, e tem embutido no preço o valor do frete. Apesar da queda no preço da gasosa, o diesel segue caro, com alta acumulada de 57,9% em 12 meses.

Sacolões se reinventam para sobreviver à alta dos alimentos

Foi-se o tempo em que o sacolão vendia legumes e frutas no peso, pelo mesmo preço. A ideia, que teve origem em Minas Gerais, ganhou força nos anos 90 impulsionada pela estabilidade da moeda, com a implantação do plano real. Mas com a alta no preço dos alimentos nos últimos anos provocada pela estiagem prolongada, aumento dos insumos e quebra de safra, como se manter relevante no mercado de hortifrúti? A resposta foi dar um tapa no visual e fazer ofertas todos os dias, ao contrário dos mercados que só fazem promoção uma vez por semana.

Para alguns comerciantes, a reinvenção passou por um investimento pesado em infraestrutura com um toque gourmet. O Direto do Campo, que nasceu no São Vicente, hoje conta uma filial na rua Brusque que atende um público mais exigente. Lá é possível, não só fazer a feira, como comprar produtos coloniais, temperos, cereais a granel, uma grande variedade de doces e frutas exóticas como cupuaçu, jaca e cacau.

Na mesma direção está indo o Provesi, atualmente em reforma, que investiu na variedade de produtos e oferta de artigos de empório, abriu espaço para um minimercado, uma seção de queijos coloniais e uma padaria. Para agilizar no pagamento, há vários caixas lembrando mais um supermercado estiloso de cidade grande do que um sacolão. E sem sair do bairro de origem, o São Vicente, ou incrementar os preços para não afugentar a clientela fiel.

Manter preços baixos sem cair a qualidade é um baita desafio na visão do economista Jairo Ferracioli. Isso porque os supermercadistas têm um poder de barganha bem maior que os feirantes junto aos produtores. “A saída é oferecer produtos da agricultura familiar, que em tese são produzidos com menos defensivos agrícolas, por isso tem menos custo de produção”, acredita. Para ele, a fim de se manterem competitivos, os comerciantes apostam na maior qualidade, ou numa qualidade não tão boa com baixo preço, como nos sacolões populares.


Mirian faz peregrinação pelo mercado em busca do melhor custo x benefício

É sagrado. Toda terça-feira a jornalista Mirian Arins, 48 anos, sai de sua casa nos Espinheiros rumo ao Mercado Peixe, onde começa a saga em busca da matéria mais fresca e com melhor preço para preparar as marmitas saudáveis que passou a produzir há um ano, desde fechou o bar Sardinha, em razão da pandemia. De lá, ela volta percorrendo sacolões, mercados e casas especializadas, um percurso que leva, no mínimo, seis horas.

“Tem dia que é mais vantagem comprar no Provesi. Ou, de acordo com o produto, tipo a cebola, vale a pena comprar no Fort. Manteiga compro na Casa do Queijo que fica no caminho. Para manter a margem de lucro é preciso bater perna, sem abrir mão da qualidade, é claro”, ensina. Mirian conta que produz os pratos até quinta. São mais de 20 combinações de carboidratos, proteínas e legumes. No sábado ela lança o cardápio, anota os pedidos e sai para entregar na segunda à noite, quando o trânsito é mais sossegado. “Durante a pandemia ainda dava para entregar de dia, mas agora, fica tudo parado às 17h, sem condições”, alega.

O público vai desde a galera que frequentava o Sardinha até servidores públicos e aqueles que viraram clientes devido à propaganda boca-a-boca. Para abrir o “Quitutes da Miroca”, Mirian fez cursos de comida saudável e passou a incluir na própria dieta pratos ricos em vegetais. O resultado foi a perda de 20 quilos e a melhora no problema crônico na bacia.

“Quando pensei o que podia fazer para sobreviver a pandemia, pensei em fazer algo que me permitisse fazer pausas porque nem conseguia caminhar ou ficar em pé ou sentada muito tempo por causa da artrose, por isso optei pelos congelados. Felizmente, agora consigo andar sem bengala”, comemora.

As marmitas saudáveis de 400g custam R$ 20 e a partir de 10 unidades, o valor cai para R$ 18. As proteínas são grelhadas, e de vez em quando rola um yakissoba ou sopa, que é sempre sucesso de venda. “Uma canja ou caldo verde é um prato completo, para quem chega cansado do trabalho no fim do dia, neste friozinho, é a melhor opção”, sugere.


Atendimento personalizado e entrega pelo zap

O Hortifruti Cunha aposta todas as fichas no frescor dos produtos, como se fosse uma feira livre coberta e com estacionamento privativo. O sacolão da Vila Operária tem um ambiente despojado e os produtos estão dispostos de forma simples ao lado de itens coloniais como mel e conservas. O dono ajuda os idosos a escolher os itens, além de fazer entregas pelo whatsapp. O maior movimento é pela manhã, quando donos de restaurante batem ponto no local.

O Hortifruti do Colono, na rua Indaial, também oferece aos clientes, além de frutas e legumes da estação, bolachas artesanais, frios, pães e roscas de polvilho disputadas no final de tarde, e salgados que podem ser saboreados no balcão da lanchonete. E se quiser saber de tudo o que rola na região, ainda pode adquirir o DIARINHO na saída. Nada mais peixeiro que ser revendedor do jornal que circula há 42 anos na região.

 




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