BALNEÁRIO
Inquilina apanha de proprietária após reclamar de imóvel alugado
Vítima fez dois boletins de ocorrência contra casal de Balneário. Ela pagou aluguel adiantado e ficou sem ter onde morar
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Uma nutricionista de 43 anos vive um pesadelo desde a semana passada, quando alugou um imóvel em Balneário Camboriú, se desentendeu com os locatários e acabou agredida e ameaçada. Ela e o filho, de oito anos, estão prestes a serem despejados e não têm para onde ir, e nem dinheiro pra alugar um novo local.
A confusão começou quando a inquilina, que precisava sair da casa onde morava, em Camboriú, viu um anúncio na internet de uma quitinete na rua Curitibanos, bairro dos Municípios, e entrou em contato com os proprietários. Os donos pediam um mês de aluguel - R$ 1200 - mais R$ 300 de caução.
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A nutricionista atendeu a todos os pedidos. Fez um Pix de R$ 1 mil e entregou R$ 600 nas mãos do casal que estava alugando o espaço. “Combinamos que iria morar eu, meu filho e um pet. Ela iria fazer um contrato de seis meses, renovável. Eu peguei o recibo assinado por ela e eu também fiz um. Ela me deu a chave e fiquei de voltar no sábado [passado] para pintar o imóvel”, conta.
A nutricionista foi até o local com um amigo que faria a pintura. “Quando chegamos lá no sábado, eu e meu filho de oito anos fomos humilhados. Ele [marido da dona da quitinete] começou a se exaltar comigo porque falei sobre os defeitos no imóvel, me propus a fazer os consertos, mas ele não gostou e começou a me ofender”, conta.
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Para evitar confusão na frente da criança, a nutricionista foi com o filho até uma lanchonete próxima e enviou um áudio explicando para a dona da quitinete a forma como havia sido tratada pelo marido dela. “Quando estava lá, apareceram duas vizinhas me avisando que ali não era um lugar bom e que iria entrar em uma fria”, conta.
A denunciante compartilhou a preocupação com a dona do imóvel, que virou “um demônio”. “Desde sábado minha vida se tornou um inferno. Ela e o marido começaram a me mandar infinitas mensagens e áudios com ofensas ameaças”, conta. Na última segunda-feira, a nutricionista foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência sobre a situação.
A Polícia Civil teria orientado a mulher a voltar até a quitinete e requisitar o seu dinheiro de volta. “Eu pedi pra falar com a dona, mas o marido dela já veio gritando, me ameaçando. Falaram em devolver R$ 1 mil e que os R$ 600 ficaria pelos dias que esperaram eu entrar no imóvel”, conta.
Sem saber o que fazer, a nutricionista chamou a PM. “O marido dela veio me ofender. Ela e mais uma vizinha, que não tinha nada a ver com a história, vieram me bater. Eu, pra me defender, peguei uma pedra e o marido dela mandou elas me agredirem. A rua toda estava vendo. Elas me jogaram em cima de um carro na hora da agressão”, conta.
A viatura da PM, que a vítima tinha chamado às 12h, só chegou três horas depois. A confusão só terminou às 16h, quando os policiais registraram o BO.
Para piorar, quando a vítima foi arremessada contra um carro estacionado, amassou o veículo, e agora o dono quer que ela pague o prejuízo. “Eu voltei para casa toda machucada, sem meu dinheiro e só não fui linchada porque o pessoal lá da rua não deixou”, conta.
A nutricionista registrou dois boletins de ocorrência contra o casal dono do imóvel. Ela guardou os áudios com as ameaças, o comprovante do Pix e os recibos da negociação. “Está tudo com a polícia, mas agora eles alegaram que não podem fazer nada. Só se eu entrar no Juizado de Pequenas Causas para receber o meu dinheiro de volta”, lamenta.
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A denunciante alega que está de cama, toda machucada, passou por exame de corpo de delito e diz que precisa do dinheiro para conseguir alugar outro imóvel.