NOVA PRAIA
Alargamento da faixa de areia chega à fase final
Faixa de areia vai, praticamente, triplicar de extensão
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



A Praia Central de Balneário Camboriú é, de longe, a mais concorrida da região. Sua infraestrutura de serviços acrescenta uma pegada cosmopolita e um charme todo especial: o skyline de uma cidade totalmente verticalizada contrasta com a coloração do mar, que agora ganha ainda mais destaque com as obras de alargamento da faixa de areia. Segundo a prefeitura, trata-se de uma obra de proteção ambiental que vai permitir a proteção da orla contra o avanço das marés e a criação de espaços privilegiados de lazer para os moradores e os visitantes.
“Esta é uma obra desejada há décadas em Balneário Camboriú e veio num momento de reestruturação da cidade, no momento em que Balneário Camboriú se prepara para a retomada mais forte da economia”, destaca o prefeito Fabrício Oliveira. Os trabalhos de dragagem e aterro da orla estão já em fase final. Já as obras de infraestrutura e urbanização projetadas para o local deverão ser iniciadas após a temporada de verão.
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O projeto de urbanização é desenvolvido pelo escritório Índio da Costa Arquitetura, Urbanismo, Design e Transporte. A empresa é um núcleo estratégico-criativo multidisciplinar com know-how de mais de 40 anos e grande reconhecimento no Brasil e exterior. Embora o município ainda não tenha recebido o layout final da nova praia, sabe-se que o trabalho envolve a criação de espaços privilegiados para os moradores e os visitantes. “Serão estruturas ao ar livre para esporte, lazer, nova ciclovia, paisagismo diferenciado e outros equipamentos que tendem transformar e renovar a Praia Central, o principal cartão-postal de Balneário Camboriú”, destaca o prefeito.
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Décadas de espera por uma nova orla em BC
As discussões acerca do alargamento da faixa de areia de Balneário Camboriú não são de hoje. O assunto foi abordado pela primeira vez na década de 1970. No entanto, a falta de tecnologia disponível e o alto investimento necessário para a realização da obra fizeram com que o alargamento fosse adiado por algumas décadas.
O assunto foi retomado em 1994, quando técnicos do curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) iniciaram os primeiros estudos sobre o ambiente costeiro e o alargamento da praia. Em 2001 foi realizado um plebiscito para que a população pudesse se manifestar sobre o projeto, que recebeu uma aprovação de mais de 75% da população votante.
O licenciamento ambiental foi aprovado em abril de 2018, o consórcio formado pela empresa brasileira DTA e pela belga Jan de Nul venceram o processo licitatório com o valor de R$ 66,8 milhões e a Licença Ambiental de Instalação da obra, orçada em R$ 66,8 milhões, foi aprovada pela Comissão Central de Licenciamento Ambiental em 2020. Os trabalhos foram iniciados em março deste ano, com previsão de conclusão até o final de novembro.
Além da necessidade de minimizar a erosão costeira, por conta das ressacas do mar, a obra garante a revitalização da orla. Fator que promete contribuir para a economia da região devido a ampliação da a oferta de lazer e do fortalecimento do turismo. O alargamento da faixa de areia deve se estender por cerca de 5,8 quilômetros, aumentando a faixa de areia de 25 metros para a média de 70 metros.
Para atingir esse patamar a obra deve receber, ao todo, mais de 2 milhões de metros cúbicos, que são retirados do fundo do mar a uma distância de 15 quilômetros da costa.
A draga utilizada é a Galileu Galilei, com capacidade para transportar 18 mil metros cúbicos de areia em suas cisternas, e um duto formado por 333 tubos em aço com 12 metros de comprimento cada um. “A nova orla vai permitir a reestruturação costeira e recuperação da vegetação de restinga”, acrescenta a secretária de meio ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Furtado Lenzi.
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Obra aumenta valorização dos imóveis próximos ao mar
Além do turismo, outro grande beneficiado pelo alargamento da faixa de areia em Balneário Camboriú será o setor da construção civil. O especialista em mercado da Tonadri Conexões Imobiliárias, de Balneário Camboriú, José Antônio Roncaglio, diz que a valorização do metro quadrado dos imóveis na quadra do mar iniciou antes mesmo da conclusão da obra, em especial, os de frente para o mar.
“A valorização foi enorme. Em muitos casos chegou a mais de 50% e não tem apartamento na frente do mar disponível no mercado. Os imóveis na quadra do mar já valorizaram cerca de 30%”, diz Roncaglio.
Portanto, a estimativa inicial de valorização de 20% projetada pelo mercado, com base em estudos da consultoria norte-americana Appraisal Institute [feito para empreitada semelhante nas praias de Garden City e Surfside Beach, na Carolina do Sul, EUA] já foi superada e a expectativa é de continuidade nesse processo de valorização. “O término da dragagem, aliado ao projeto de revitalização da orla, vai garantir o aquecimento do mercado por mais, no mínimo, cinco anos”, pontua o especialista.
Roncaglio diz ainda que hoje, se um cliente estiver com R$ 5 milhões na mão e quiser um bom apartamento de frente para o mar, com idade de até 10 anos, não encontra. “O alargamento da praia dará ainda mais destaque para nossa cidade. Há uns 20 anos o mar era o principal atrativo. Hoje Balneário Camboriú tem turismo o ano inteiro porque investe e atraiu novos equipamentos, que aumentam a permanência de turistas na cidade”, arremata o secretário de turismo e desenvolvimento econômico Geninho Góes.
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