ECONOMIA
Dos workboats às embarcações de guerra, um cluster da construção naval
Setor gera 2,1 mil empregos diretos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

A contratação de quatro fragatas pela Marinha do Brasil, junto ao Consórcio Águas Azuis, vai aquecer a indústria da construção naval na região. O projeto envolve investimentos de R$ R$ 9,1 bilhões e a expectativa é de que, nos próximos anos, a atividade gere mais de 10 mil empregos diretos nas cidades de Itajaí e Navegantes, fazendo com que a atividade retome a posição de destaque alcançada na década de 2000.
Hoje o setor gera 2,1 mil empregos diretos, ante os pouco mais de mil postos de trabalho registrados entre os anos de 2015 e 2020, segundo dados do Sindicato da Indústria de Construção Naval (Sinconavin). A expectativa é de que o setor empregue mais de 4,2 mil trabalhadores, até o final do ano que vem, ultrapassando a marca dos 10 mil empregos até 2028.
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“O Estaleiro Brasil Sul [antigo Oceana, adquirido pelo gigante ThyssenKrupp] já iniciou contratações de, aproximadamente, 150 trabalhadores para cargos mais técnicos, de chefia, analistas e outros responsáveis pela reestruturação da empresa para a construção das fragatas classe Tamandaré, além de mão de obra de alguns soldadores, tubuleiros e outros cargos operacionais, mas ainda de forma bastante incipiente”, diz Leonardo Campos Freitas, assessor executivo do Siconvin, que diz que o projeto deve atingir o patamar de mais de oito mil empregados [diretos e indiretos] no auge da produção.
Aço está chegando
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A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), que acompanha os trabalhos do consórcio Águas Azuis [vencedor da concorrência pública para projeto e construção dos navios], informa que a primeira fragata já tem data para começar a sair do papel. A chegada das placas de aço, que serão utilizadas nas fragatas, deve se intensificar no decorrer de novembro e dezembro, chegando a 200 caminhões de aço.
Para o primeiro trimestre de 2022, está previsto o recebimento dos desenhos detalhados do projeto e sua codificação para o processo produtivo, a ser iniciado a partir de julho. O consórcio Águas Azuis também está em fase de prospecção de fornecedores. Foram iniciadas as negociações para equipar a casa de máquinas da primeira fragata. O contrato da Marinha com o Consórcio prevê que a embarcação tenha, no mínimo, 33% de insumos nacionais.
Legado
“Já somos o Polo Náutico do Brasil e a Capital Catarinense da Construção Naval e Turismo Náutico. Agora seremos referência em toda a América do Sul”, comemora o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB).
O contrato da Marinha com o consórcio Águas Azuis, para construção das quatro fragatas, tem 19 anos de duração. No entanto, a expectativa é que a empreitada faça de Itajaí um permanente cluster da indústria naval de defesa.
Em Navegantes, o estaleiro Naveship [primeira filial do grupo Edison Chouest Offshore fora dos Estados Unidos] também retomou as contratações e dá continuidade à construção de duas embarcações do tipo ROV Supply Vessel (RSV), paralisadas desde 2018, para atender a demanda para esse tipo de embarcação de apoio do setor de óleo e gás.
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