A confusão teria começado quando um cachorro latiu, por volta das 3h30 da madrugada. O  grupo saía de casa e o vizinho alegou que o bicho latia por causa deles.

O conferente conta que estava em casa com a família e recebeu um amigo para comemorar a volta da esposa, Anne Silva, 37, ao mercado de trabalho. Eles ficaram conversando na cozinha e, por volta das 3h, o amigo pediu para que o casal o acompanhasse até a esquina.

“Ao sair de casa, o cachorro latiu. Meu esposo e eu deixamos o Vitor na esquina. Quando estávamos voltando para casa fomos surpreendidos pelo vizinho, o Silvio, que falou que estávamos fazendo baderna e o cachorro latindo por nossa causa”, conta Anne.

Anne respondeu que o cachorro não era deles e que o vizinho deveria reclamar com a dona do animal, que é proprietária da casa onde Renato e Anne moram. “O filho do Silvio apareceu na sacada da casa já me agredindo verbalmente, mandando eu calar a boca, me chamando de puta, prostituta, de vagabundos...”, conta.

Renato rebateu dizendo pro gurizão ter respeito com a sua esposa. “Rapaz, respeita uma mulher, mãe de família e me respeite, pois sou esposo dela”, narra. O filho de Silvio chamou Renato pra briga. “Eu tentando acalmar,  mas o Silvio foi até o meu esposo, me empurrou, nos derrubou no chão, com uma corrente de cachorro, nos açoitando, como se nós estivéssemos em uma senzala, como se fosse um carrasco batendo em escravos”, recorda.

O amigo do casal voltou para ajudar quando ouviu a confusão. Ele também apanhou. Pai e filho teriam xingando o rapaz de “veado” e ouvido que o grupo  tinha “saído do estado deles pra fazer arruaça aqui”. O casal veio do nordeste para viver em Itajaí e Vitor é paranaense.

Anne gritou por socorro, até que a dona da casa apareceu e pediu o fim das agressões. A PM foi chamada e o casal registrou uma queixa. O Samu atendeu as três vítimas agredidas.

Tanto Renato como Anne estão sofrendo com as lesões da surra. Na tarde de sábado, com muitas dores, Renato foi levado pro hospital Marieta, passou por uma tomografia e constatou uma fratura no rosto.

O conferente terá que passar por uma cirurgia em breve. “Meu marido está com uma fratura na face por conta das correntadas. Vamos fazer um exame na vista, porque o olho está muito inchado e coagulado o sangue”, informou.

A família pretende processar Silvio e o filho dele pelas agressões. Eles acreditam que houve  racismo e homofobia, pois o amigo do casal é assumidamente homossexual.

As três vítimas anunciam que farão o exame de corpo de delito e que vão representar o vizinho pelas agressões físicas e verbais.

Ontem, o DIARINHO recebeu o telefonema de uma outra suposta vizinha da rua. Ela não quis se identificar, mas que defendeu o homem acusado das agressões. A mulher disse que teria um vídeo que  mostra a confusão desde o início, mas não cedeu as imagens da suposta gravação à reportagem do DIARINHO.