Itajaí
Auditores do Trabalho em Santa Catarina também entram em greve
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Auditores de Santa Catarina, ligados ao ministério do Trabalho e que fazem a fiscalização de possíveis trabalhos escravos no estado, engrossaram a paralisação iniciada ontem e que até início da noite havia atingido servidores de 21 estados. O berreiro é por conta de uma portaria do ministro Ronaldo Nogueira que, segundo os próprios auditores, reformula o conceito de trabalho escravo de forma confusa e vai dificultar o trampo contra empresas e fazendeiros sacanas. “A portaria condiciona a caracterização do trabalho escravo ao consentimento ou não do trabalhador e à privação do direito de ir e vir, o que nem sempre ocorre. Muitas vezes o trabalhador não vai embora por falta de opção, ou por vergonha, porque acha que tem que saldar a dívida com o patrão, o que não significa que seu trabalho seja digno. Há muitos outros elementos presentes para comprovar a escravidão”, avalia Carlos Silva, presidente do sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho. A portaria foi publicada na segunda-feira. O negócio é tão grave, que até a organização Internacional do Trabalho (OIT), ligada à ONU, se manifestou contra a medida. “O Brasil, a partir de hoje, deixa de ser referência no combate à escravidão como estava sendo na comunidade internacional”, disse Antônio Rosa, representante da OIT em Brasília.
Redação DIARINHO
Reportagens produzidas de forma colaborativa pela equipe de jornalistas do DIARINHO, com apuração interna e acompanhamento editorial da redação do jornal.