Itajaí

Cooperativas sofrem com a falta de apoio

Separar corretamente o lixo é uma atitude ambiental e socialmente correta. Cada lata, embalagem tetrapak, papelão, papel, garrafas de vidro e pets condicionadas corretamente se transformam em renda para os catadores e suas famílias. Isso porque a lei federal que estabelece as diretrizes para o saneamento básico já definiu, em 2007, que as cooperativas e associações de catadores de recicláveis devam ser contratadas pelas empresas responsáveis pela coleta de lixo e limpeza urbana nos municípios. “A reciclagem que temos hoje nas cidades não é por causa das concessionárias de serviços. É graças aos catadores. Infelizmente, o poder público não dá estrutura e não valoriza o suficiente para que o manejo de resíduos dê certo,” diz a presidente do Instituto Eco Cidadão e coordenadora local do programa Lixo Zero, Luciana Andréa. A Associação dos Agentes Catadores de Navegantes (Recinave) é um exemplo disso. Sem ter um sistema de coleta seletiva público implantado na cidade, os 10 cooperados sobrevivem com as doações do aeroporto e de uma grande empresa da cidade. Outra dificuldade que impossibilita a Associação de receber lixo reciclável do poder público é conseguir o licenciamento ambiental para operação do galpão onde fazem a triagem, prensagem e venda do reciclado. “Tem mês que conseguimos apenas pagar as despesas porque a situação está muito ruim. No mês passado, por exemplo, a gente tirou R$ 600 para cada um. Estamos vivendo no aperto”, revela a presidente da Recinave, Beatriz Fátima Santos. A coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Univali, professora Leila Andresia Severo Martins, conta que em parceria com a Furb, os técnicos das duas instituições tentam ajudar a associação a conseguir a documentação que falta para se regularizar. “O poder público deve olhar para essa população que tem uma fragilidade social e financeira. Sem a vontade política real de transformar a situação dessas famílias, a intenção social da lei vai ficar só no papel”, alertou. A professora insiste no fortalecimento das cooperativas com o apoio das prefeituras como caminho para solucionar o problema dos catadores autônomos que são em um número pelo menos mais de três vezes maior que os ligados às cooperativas e associações na região. “Fortalecendo os empreendimentos conseguimos trazer os que trabalham isolados atraídos pela segurança financeira, de trabalho e saúde”. Além disso, com maior número de pessoas, as cooperativas e associações conseguiriam amenizar a instabilidade dos preços pagos pelos atravessadores pelos produtos reciclados. O presidente da Coopermar, que congrega 18 cooperados, Cléber Marques Maciel, é um ferrenho crítico da falta de apoio da prefeitura de Balneário Camboriú durante os oito anos de existência do empreendimento. Segundo ele, até agora o que se recebeu da administração pública foi um veículo para transporte e seis cestas básicas todos os meses. “Esse lugar tem 30 anos e nunca colocaram um prego aqui. Pagam para uma empresa privada fazer a triagem do lixo que chega no aterro e não pagam pelo trabalho que fazemos”, argumenta. O terreno da Coopermar fica no alto de um morro, na Várzea do Ranchinho, a poucos metros da BR-101. A falta de estrutura é visível. Sem um galpão para fazer a triagem, os cooperados trabalham debaixo de chuva ou do forte sol coletando e separando o que os caminhões jogam no chão do terreno quase lotado de lixo.



WhatsAPP DIARINHO


Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.


Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.97


TV DIARINHO


🔥🛣️ HERÓI NA BR 376! Mesmo ferido, o motorista de uma van salvou 15 pessoas, incluindo crianças, segundos ...



Especiais

Privatização de cemitérios em São Paulo expõe racismo religioso a culto de Umbanda

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Privatização de cemitérios em São Paulo expõe racismo religioso a culto de Umbanda

Quilombolas denunciam exclusão do espaço de decisões na COP30

COP30

Quilombolas denunciam exclusão do espaço de decisões na COP30

Tarcísio desperdiça oferta lucrativa e vende terras públicas por 10% do preço em São Paulo

SÃO PAULO

Tarcísio desperdiça oferta lucrativa e vende terras públicas por 10% do preço em São Paulo

Operação no Rio expõe contradições na atuação do Ministério Público estadual, diz defensor

RIO DE JANEIRO

Operação no Rio expõe contradições na atuação do Ministério Público estadual, diz defensor

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

RIO DE JANEIRO

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros



Blogs

Quase pronto

Blog do JC

Quase pronto

Ladeira e o poema-objeto: a poesia que também se desenha

VersoLuz

Ladeira e o poema-objeto: a poesia que também se desenha

Noite de destaque da comunidade negra em Itajaí

Blog do Magru

Noite de destaque da comunidade negra em Itajaí



Diz aí

"Você não pode ajudar quem já tem tudo, puxar o saco do poderoso - isso qualquer idiota faz"

Diz aí, Colombo

"Você não pode ajudar quem já tem tudo, puxar o saco do poderoso - isso qualquer idiota faz"

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

Diz aí, Anacleto!

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

Diz aí, Rubens!

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

Diz aí, Níkolas!

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

Diz aí, Bene!

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.