O advogado do Renato Santos, que teve um boi apreendido e sacrificado pela Cidasc da Penha, procurou o DIARINHO pra opinar que a companhia fez cagada na ação. Segundo o dotô Douglas do Prado, a Cidasc só entregou o auto de apreensão do gado (documento que formaliza o recolhimento) após a incineração do bicho. Se o papéli tivesse sido entregue ao Renato antes do abate, avalia o dotô, haveria chance de o boi estar pastando por aí, diboa.
Continua depois da publicidade
O animal, avaliado em R$ 3 mil, foi apreendido na sexta-feira, dia 10, (ver mais detalhes ao lado) e o advogado do Renato ingressou na dona justa com pedido de liminar, suspendendo os efeitos dos ...
O animal, avaliado em R$ 3 mil, foi apreendido na sexta-feira, dia 10, (ver mais detalhes ao lado) e o advogado do Renato ingressou na dona justa com pedido de liminar, suspendendo os efeitos dos trampos da Cidasc. A liminar foi negada porque não tinha auto de apreensão e o juiz não poderia julgar algo sem prova. É o executivo fazendo cagada e o judicário assinando embaixo, detona o dotô.
Continua depois da publicidade
O João Carlos Batista dos Santos, coordenador da Cidasc em Penha, afirma que o papéli não foi entregue antes do abate do animal porque o proprietário só apareceu depois da morte do boi, na terça-feira. O animal não tinha identificação. É como se fosse um carro roubado. Então, quando o proprietário se apresentou como dono do animal, entregamos o auto, informa.
Renato garante que no dia em que o boi foi levado pela veterinária, ligou pra tudo quanto foi número da companhia pedindo ajuda. Eu liguei naquela sexta às 20h30 prum tal de Jacaré, que disse ser presidente da Cidasc da Penha.
Continua depois da publicidade
Coisa estranha
O tal do Jacaré confirma ter recebido a ligação do dono do boi. Na madrugada de sexta pra sábado ele me ligou, às 2h. Mas não tinha mais o que fazer. Toda a documentação já tava pronta e o animal já tinha sido encaminhado ao abatedouro, alega.
Aí, no final da ligação, a surpresa. A reportagem perguntou qual era o nome verdadeiro de Jacaré. O queixo foi ao chão. Jacaré é, na verdade, João Carlos, o mesmo gerente da Cidasc que informou ao DIARINHO que o boi tinha sido sacrificado porque ninguém tinha se manifestado como proprietário do animal.
Mesmo com o bicho morto, a defesa do Renato garantiu que vai ingressar com ação na dona justa contra a companhia e os responsáveis pelo recolhimento do animal.
Entenda o perrengue
O vendedor de gás e pecuarista amador Renato Santos, 36 anos, procurou o DIARINHO na última semana pra denunciar a morte injusta do seu boizinho de estimação. No dia 11, a Cidasc recebeu uma denúncia de que três bois pastavam livremente por um terreno particular na Penha. Todos os animais eram de Renato, mas um deles tava sem o brinco de identificação. Aí, embasada na lei estadual (103.66/97), a veterinária Simone Brito Demarchi apreendeu o bovino.
Continua depois da publicidade
Ao saber que o animal tinha sido levado pro abate, Renato pediu ajuda pro secretário da Agricultura de Penha, Luiz Fernando Vailatti, o Ferrão, e pro vereador Juju Capela (PSDB). Mas os bagrões nada puderam fazer.
O vendedor de gás alega que foi vítima de uma sacanagem. De acordo com Renato, ele tem em mãos todos os documentos que comprovam o registro do boi. O animal só estava sem brinco porque não conseguiu pegar com a Cidasc o aplicador.
O rolo foi parar na dona justa e Renato vai até o fim pra tentar conseguir o valor do boi de volta, a bagatela de R$ 3 mil.