Itajaí

Família e vizinhos acusam PM de matar gurizão desarmado

Rapaz vinha sendo ameaçado de morte por PM que faz segurança de comerciantes

Sidnei do Nascimento, o Cidão, 32 anos, não teve nem chance. Foi perseguido e executado com sete tiros por policiais militares de Itajaí, às 18h30 de ontem. É o que acusam a família e vizinhos do rapaz. “Ele já vinha sendo ameaçado pela PM”, afirmou um irmão. “Os tiros foram disparados com ele deitado”, disse um vizinho e amigo do rapaz, que ontem à noite viu o corpo no IML e também presenciou a movimentação da PM no bairro São Roque, onde tudo aconteceu. Na versão oficial, o que aconteceu foi um confronto entre polícia e bandido e os PMs teriam revidado aos tiros disparados por Cidão.

O São Roque é um misto de zona rural com área urbana. Era pra ser tranquilo. Ao entardecer de ontem, não foi. Sete viaturas, mais de 20 PMs e até cães policiais chegaram de supetão na região conhecida ...

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O São Roque é um misto de zona rural com área urbana. Era pra ser tranquilo. Ao entardecer de ontem, não foi. Sete viaturas, mais de 20 PMs e até cães policiais chegaram de supetão na região conhecida como Trilho do Trem, no finalzinho da estrada geral da comunidade. O alvo da ação policial seria Cidão, acredita Leonel do Nascimento, 25, irmão do rapaz fuzilado. A polícia já teria deixado recados na comunidade de que queria o couro dele.

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Ao ver a chegada do aparato policial, Cidão e um outro rapaz teriam corrido prum bambuzal que há no meio de um brejo. É o que contam Leonel e os vizinhos Rafael Moreira, 24, e Cristiane da Silva, 30. A polícia soltou os cachorros atrás da dupla e logo depois os PMs se embrenharam no bambuzal. “Aí depois se ouviram uns seis, sete tiros”, lembra Cristiane.

Em seguida, a PM montou um cordão de isolamento em redor do local. Ninguém entrava lá. A versão dada pra comunidade era de que Cidão mandou bala pra cima dos PMs e, no confronto, acabou morto. “Mas cadê a arma?”, pergunta Leonel. “A gente quer ver a arma e com as impressões digitais do Cidão”, provoca Cristiane.

Rafael viu o corpo no instituto Médico Legal. Foram sete balaços. Pra ele, não há dúvidas de que os tiros foram disparados quando Cidão já estava deitado. “Teve um que entrou pela bochecha, quebrou os carrinhos e saiu no queixo. Não tinha como esse tiro ser dado se ele tivesse correndo”, questionou.

Até o comecinho da noite de ontem, a arma supostamente usada por Cidão não apareceu na 2ª depê, informou um policial de plantão. Pro irmão do morto e pros vizinhos, não há arma nenhuma. “Agora, pra eles arrumarem uma e dizerem que era do Cidão vai ser fácil”, provoca Rafael.

Tinha bronca com um soldado

O irmão e os vizinhos afirmam que um soldado PM já teria deixado várias ameaças na comunidade para Cidão. Tudo porque o rapaz teria furtado numa empresa que contrata a equipe do tal soldado pra fazer a segurança do local.

Cidão era casado e tinha duas filhas, uma de três e outra de seis anos. Tinha a ficha carimbada: passou cinco meses em cana sob acusação de furto. Diz Leonel que ele estava trabalhando como calceteiro, sem registro, pra uma empreiteira de Navegantes. Ele morava no bairro Espinheiros, perto da antiga usina de leite.

PM diz que Cidão mandou bala nos policiais

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O tenente-coronel Atair Derner Filho, comandante da PM de Itajaí, mandou instaurar um inquérito pra apurar o que aconteceu. Pelos relatos que ouviu dos seus oficiais, a PM recebeu a informação de que o rapaz tava armado e ameaçando matar alguém. Quando os policiais chegaram, Cidão teria se escondido no mato. “O pessoal estava abrigado atrás de um bambuzal e ele estava mais acima e mandou tiros pra cima da PM”, disse o coronel. Cidão teria disparado seis vezes contra os policiais.

O chefão ainda diz que Cidão era do crime. Teria, segundo o coronel, várias passagens por furto, roubo, agressão e seria ainda acusado de um homicídio. Nos registros do tribunal de Justiça, que podem ser acessados pela intenet, consta que Cidão teria apenas cometido furtos, ou seja, sem uso de arma de fogo.

 

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